quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Rapataco, o rei Momo de Caxambu


Ninguém povoou mais as minhas lembranças nos carnavais que o rei Momo, encarnado pelo Rapataco, assim conhecido por raspar os tacos das casas. Tacos? Sim, eram pedaços de madeira usados nos pisos das casas de antigamente. Muitos ainda os têm em suas casas, relíquias de um tempo em que se raspava o taco para receber nova camada de cera de abelha, que depois era lustrado com escovão.
 
Quem tinha dinheiro fazia o polimento com enceradeiras elétricas, e quem tinha ainda mais dinheiro aplicava sinteco, que não precisava de polimento. 
 
Voltemos ao Rapataco, que brilhava nos carnavais.

Rei Momo

K

A origem do rei  Momo se encontra na mitologia grega. Ele era um personagem que encarnava a ironia e o escárnio. Foi adaptado para as festividades brasileiras na década de 1930, no Rio de Janeiro, tornando-se um símbolo do Carnaval. Ele abre as comemorações, quando o prefeito, em ato simbólico, entrega a ele a chave da cidade. 

Momo deveria ser encarnado, nos nossos carnavais, por um homem baixo e dono de uma pequena mas proeminente barriga. Deveria ser simpático, divertido e bem humorado. Rapataco encarnava o rei mitológico à perfeição.

Em Caxambu, o corso saía em frente da antiga marcenaria do seu Gino Peterle, na antiga rua Quintino Bocaúva, atual avenida Magalhães Pinto. Não me esqueço dele subindo no caminhão, ajudado pelos foliões, com toda a vestimenta de rei. O desfile o levava ao centro da cidade para abrir o Carnaval. Era a glória!
 
Rapataco foi homenageado, como não podia ser diferente, com uma marchinha no Carnaval de 1962. De autoria de Ferreira Sobrinho, cantava a profissão do rei Momo:
Rapa, rapa, rapa, 
Rapa, Rapataco, 
Rapa, rapa, rapa, 
Até fazer buraco!...

Agora, por favor, alguém aí sabe o nome do cidadão caxambuense... Rapataco?

E como o blog é interativo, acrescentamos o nome do nosso Momo, enviado pela bisneta Priscila Ferreira: Antonio Firmino Teixeira. Brigadim Priscilla!

Foto: 
Arquivo privado de Aurélio Gonçalves
Fotos Antigas de Caxambu
Agradecimentos:
A Julio Jeha, sempre