segunda-feira, 25 de maio de 2015

O Baependiano



O periódico O Baependiano circulou na região  do Sul de Minas de 15 de julho de 1877 a 17 de novembro de 1889. Elele foi e é fonte de informação para reconstrução dos fatos históricos que fazem parte da Família Ayres

O periódico continha anúncios de toda a sorte, dava notícias do tempo, conselhos espirituais, preços  das mercadorias vendidas na Corte do Rio de Janeiro, escravos fugidos, quem nasceu e quem morreu. E na Gazetilha era anunciado o que acontecia na sociedade baependiana e redondezas como casamentos, batizados e festas religiosas.

Nos seus 8 primeiros anos a sede do jornal esteve localizada na cidade de Baependi, mas em 31 de abril de 1884, mudou-se para a cidade de Caxambu. Embora em seu edital reafirmasse  não "desposar a causa de nenhum partido", o seu proprietário e editor, Amaro Carlos Nogueira, que era amigo de José Florencio Bernardes, e membro do partido Liberal, elegeu-se deputado provincial mais de uma vez, juntamente com outros colaboradores do jornal. O Amaro Carlos Nogueira era proprietário de terra e escravos, além de possuir uma escola noturna o chamado "Liceu" com 40 alunos, dirigida por ele, Dr Antonio Tristão  Nogueira e Dona Thomasia Maria de Jesus a professora que ministrava aulas para meninas. Ele por vezes, afirmou em seu jornal fazer parte da "nobre classe" -  os proprietários e lavradores. 
O jornal se proclamava uma folha "Científica, Literária e Noticiosa", além de acreditar ser responsável não apenas pela informação, mas pela condução da opinião pública tendo por missão "doutrinar o povo sobre o que lhe importa saber" e vangloriava-se por ser "um dos principais diretores de opinião na parte mais... "adiantada do Império". Ou seja, o jornal conferia a si próprio o papel de guiar as idéias da população do Sul de Minas, mas mais importante, se considerava o porta voz de um grupo bem definido, a elite fazendeira e lavradora da região.  Os Liberais do O Bapendiano, por serem eles também proprietários de escravos, defendiam a emancipação gradual da escravidão, pois temiam que uma medida tão radical provocaria graves consequências sociais, pois para eles as coisas não poderiam ser mudadas assim de uma noite para o dia.

Aceita-se e tolera-se

Anúncio do Jornal O Baependiano
Inaceitável e intolerável, hoje diríamos, mas na edição de 30 de maio de 1880, a mentalidade era outra e aqui seguem os argumentos  contraditórios sobre o regime escravista:

"Não! Protestamos com as indignações  de nossa  alma:  não ha brasileiro que não deplore a triste herança da escravidão que nos legaram nossos maiores e que vai deseje ver terminar essa instituição odiosa, jamais essas estigmatisada por quantos adjetivos e imagens forte a eloquência tribunícia do Sr. Joaquim Nabuco. Aceita-se, ou melhor, tolera-se o facto porque é o facto; mas não se admite o direito, porque este é o bem da verdade eterna."

E o texto vai além justificando o injustificável:

"Aqui viria a propósito comparar a condição do escravo do Brasil com a de seu igual outrora nos Estados Unidos, ou com a do escravo moderno na Europa, mísero proletário." "... E sua condição tem o escravo melhorado cada vez mais de condição, tanto porque hoje não ha mais onde recruta-lo como principalmente porque o progresso da instrução vale continuamente melhorando a fundo já de sim bom de nosso povo." 

Da família

Então o argumento válido para o senhor  Amaro Carlos Nogueira, era  também válido para José Florencio Bernardes,  que costumava colaborar com o jornal, casado com Thereza Ribeiro de Lima.   (Ela era a minha tia-bisavó, filha de João José de Lima, meu trisavô) . Para eles o escravo não estava... "assim em situação tão ruim se comparado aos Estados Unidos e a Europa". 

"Acrescentaríamos que d`entre os senhores, uns, e  esse formam a maioria,  consideram o escravo, como pessoa da família, pensam-no, si não com amor, com humanidade, principalmente nas moléstias, quando em geral são objecto de mais desvelos que as pessoas da classe pobre, que o liberto pertenceria amanha"... " E esses menos humanos, ou polidos, não deixam contudo de zelar do escravo, ao menos é duro dize-lo, como mercadoria, como outro objeto de sua propriedade. 

E fazia a  comparação absurda com o proletariado europeu, que "a debater-se nas ancias da fome e das privações, no meio da industria alienada". No pensamento dele era melhor ser escravo que livre proletário, pois proletário passava fome, escravo não, ora vejam!

A partir do ano de 1888, o jornal deixa de circular regularmente, alegando o proprietáro por motivos de saúde. Em sua última edição, em novembro de 1889, anunciou a queda o Império sob o título de "Revolução"

"Para quem escreve estas linhas, o ano de 1888 foi verdadeiramente bissexto, pelo calendário e pela sorte que lhe trouxe, o que terá acontecido a muitos de seus leitores, que, de comum com ele, tiveram a sorte de que lhes fez a lei notável, que, para ser coberta só de bênçãos, e não também de algumas maldições, como infelizmente foi, bastava que os legisladores, ao confecciona-la tivessem mais em vista a observância da fé pública, e, sem demora, a acompanhassem das providências que ela reclamava. Assim não aconteceu, e foi má a sorte da nobre classe, a que pertence o escritor por seu nascimento e pelos melhores de suas modestas posses e também faz parte a maioria dos leitores desta folha. 
O que a todos nos reserva o novo ano?...

O Baependiano, 21 de abril de 1889.

Nota: O jornal "O Baependiano" fonte de informação para a reconstrução da biografia dos familiares da Família Ayres.

José Florencio Bernardes, o homem dos raios


A conquista e colonização do Brasil foi resultado de um longo processo de expansão  espacial de famílias. Uma das principais famílias  que participaram a formação da Capitania de Sao Vicente, depois denominada Sao Paulo, foi a família Leme. Os Lemes são originários de Flandes, hoje Bélgica, sendo o primeiro membro desta família o Martin Lem (foto), comerciante de Bruges por volta do ano de 1400.

E o que os Lemes teriam haver com a nossa família? Bem, muitas dessas famílias se misturam ao longo da história, como foi o caso dos Lemes e dos Limas, que ainda não eram os "Ayres". Então vamos reconstruir a história das famílias que fazem parte da história do nosso Brasil...

A família dos Lemes era interessada no comércio com Portugal, isso os motivou a imigrar para o Brasil. Passaram pela Ilha da  Madeira  em meados do século 15;  posteriormente foram os pioneiros na colonização de Sao Paulo no século 16. A família já gostava da proximidade do poder e tinha boas relações  com o reino de Portugal. Chegando ao Brasil foram morar em Santos e São   Paulo, organizando expedições de exploração juntamente com seus familiares, agregados e escravos ocupando terras, fundando ocupações. O tronco da família dos Lemes ainda hoje possue ramificações no Estado de São Paulo.

E foi de Guaratinguetá, província de São Paulo que partiu um membro  família dos Lemes rumo as Minas Gerais. A povoação que hoje tem sua data oficial de fundação de 1651, da chegada de Domingos Leme, representante do donatário D. Diogo Faro,   foi o primeiro centro abastecedor do território mineiro. Sua economia era voltada para o comercio de "beira de estrada" de fundamental  importância para o ciclo do ouro feito ao longo da Estrada Real, que ligava Minas ao mar.

E a caminho estava, no caminho ficou. O  avô de José Florencio Bernardes, Domingos Lemes Bernardes (1767-1838) seguindo para Minas, passou por Alagoa, hoje município de Aiuruoca, que ficava num ramal alternativo à Estrada Real, e por lá ficou, tomando a mão  de Ursula Francelina de Castilho (1791-?) em 29 de outubro de 1811 em casamento, onde tiveram 13 filhos: (Anna Francelina, Carolino, Ursula, Maria Clementina, Emerenciana, Candida, Balbina, Antonio, Silvéria, Carlota, Carolina, Domingos, Salviano). Os pais de Domingos Lemes Bernardes já moravam por aquelas bandas. O pai dele Domingos Lemes de Brito (foi padrinho de batismo de Francisco na Capela do Rosário, de Aiuruoca em 19 de dezembro de 1777, comprovando sua residencia na região.

Os Lemes e os Limas

E de casamento em casamento o neto dos Lemes, José Florencio Bernardes (?-?),  casou-se com Thereza Ribeiro de Lima (1837-?), filha de Joao José de Lima e Silva (1798-1875) na Igreja Matriz de Baependi em 22 de julho de 1855, tendo como padrinho  Francisco Bernardino de Faria (1823-?) marido da já aqui biografada  Virgolina Balbina de Lima (1833-?). Virgolina que também batizou a sua filha Priscilliana Isidora do Espírito Santo (1864 -?), assim como também   foi madrinha d a então escrava Sabina Maria da Conceição (1866 -?), mãe de Gervásia Maria da Conceição (1881-1971).

José Florencio Bernardes nasceu em data desconhecida até agora; ele era filho de José Ferreira Gomes e Anna Francelina de Castilho (1800-1889), que era filha de Domingos Lemes Bernardes tinha ocupação de "lavrador", vide nota no "O Baependiano", ou fazendeiro, e possuia um plantel contabilizado até agora de 18 escravos, o que poderia ser considerado "médio" para um fazendeiro em Minas Gerais, segundo a classificação do historiador Douglas Lybbi, aliás meu professor na cadeira "Escravismo no Brasil" da UFMG nos anos de1980.

Da união com Thereza Ribeiro de Lima nasceram 7 filhos:

1) José (1854-?),
2) José Bernardes (1860-?),
Certidão de casamento de José Florencio Bernardes e Prisciliana Isidora
do Espírito Santo, no Jornal "O Baependiano", 1886.
3) Prisciliana Isidora do Espírito Santo (1864-?),
4) Recém nascido sem nome (1870-1870)
5) Maria Florencia (1867-?)
6) Bernardes (1875-1875),
7) Maria Alexandrina (?-?)

O 8° filho de José Florencio Bernardes, foi batizado com o mesmo nome de seu pai, José Florencio Bernardes Junior (?-?), era filho "natural" dele com Maria Eugenia de Lima (?-?), isto é, nasceu fora do casamento com Thereza Ribeiro de Lima, e mesmo assim parecia "integrado" à família, já que o seu casamento foi realizado no altar privado na fazenda de seu pai no Chapeo e com direito à nota no Jornal "O Baependiano", como consta ao lado.

Deu na imprensa

O Bapendiano
6 de Agosto de 1886

José Florencio Bernardes era amigo de Amaro Carlos Nogueira, que editava o Jornal "O Baependiano" e eleito deputado pelo Partido Liberal da Província por várias vezes. Os Liberais, por também serem proprietários de terra e escravos, defendiam uma lenta e gradual emancipação da escravidão, pois temiam consequências sociais graves se as coisas fossem feitas às pressas.

Esta posição com certeza era também compartilhada  por Florencio Bernardes. Fazendo parte dos 0,15 % dos cidadãos eleitores que puderam comprovar 100 mil Reis de renda, era ativo na política baependiana  sendo por várias vezes escolhido para compor câmara de votação como jurado em assuntos jurídicos e administrativos de Baependi, além colaborar com jornal contando os seus reais "causos". Para vocês, no original publicado no Jornal "O Baependiano".


"Digam agora os sabios da escriptura
Que segredo foi esse da natura"

O Baependiano
20 de fevereiro de 1883
E dois anos depois, na edição de 18 de janeiro de 1885 num dramático texto relata o seguinte:

Faisca eleetrica- No logar denominado Chapéo, da freguesia da cidade, deu-se em 10 do corrente o seguinte e lamentável acontecimento, que nos é communicado por nosso amigo o Sr. José Florencio Bernardes:
Tendo Jesuino, morador daquelle logar, chegado da roca às 6 horas da tarde, como estivesse molhado, dirgio-se para a casinha, onde estava sua mulher com 5 filhos menores, 1 filha casada e seu marido e 2 pessoas de fora, e ali sentou-se perto do fogo para enxugar a roupa, chegando-se a ele duas filhas. Nesta ocasião caio no esteio da casinha um raio que matou o infeliz Jesuíno, produzindo-lhe fortes queimaduras de um lado. 
O Bohemio,
Baependi, 6 de marco de 1883
As duas meninas que se achavam ao pé dele ficaram também queimadas, principalmente uma, e as demais pessoas que se achavam na casa perderam os sentidos com o choque, mas a exceção disto nada soffreram. A casinha que era de palha, queimou-se. O infeliz deixa na pobreza a viuva e os filhinhos menores.

E mais raios!

Parece que os fenômenos naturais causavam susto e curiosidade e mais uma vez José Florencio Bernardes é notícia, não mais no jornal "O Baependiano, mas no "O Bohemio", também de Baependi, junto com o anúncio de uma encenação  teatral.Veja à nota à direita

O Bapendiano,
31 de maio de 1881
Com o passar dos anos a   vida de Florencio Bernardes veio a sofrer grandes transformações. Parece que ele estava mais ativo na cidade de Baependi que na sua fazenda no Chapeo, pois era frequentemente chamado para participar da câmara de jurados sendo elogiado até no Jornal como  "um dos mais ativos eleitores". Por duas vezes aparece na coluna "Gazetilha" que dava entre outras notícias o que acontecia na sociedade bependiana, como mostra a nota ao lado: Sua filha D. Presciliana Isidora do Espírito Santo casa-se com Antonio Cassiano Pereira.

Em janeiro de 1886 por motivos de doença  é anunciado sua substituição  da lista de votantes e  em agosto do mesmo ano coloca sua fazenda à venda. 

Vende-se

O que o levou a colocar toda a sua propriedade à venda? Estaria José Florencio Bernardes doente? Não podemos saber. Somente no ano de 1871 faleceram 3 de seus escravos, que não posso dizer se crianças ou adultos, em 1879, Adao, totalizando 4, uma perda grande, ja que os escravos não poderiam mais serem comercializados. O certo é que o anuncio ao lado não esconde o desespero dos fazendeiros, que ja não podiam contar com a mão de obra escrava, para tocar seu trabalho e tentavam se livrar de suas posses, custasse o que custasse: "recebe-se qualquer quantia; para o mais da-se praso." José Florencio estava vendendo tudo, terras, casa, moinho, monjolo e... Toda a mobília da casa! E ainda quase 100 reses! Os negócios iam mau, muito mau para a economia da região...
O Bapendiano,
6 de agosto de 1886

Henrique Monat, em seu livro "Caxambu", publicado em 1894, dedica um capítulo à Baependi, e como cronista, descreve com vivacidade a cidade e através de suas impressões podemos entender  a real situação econômica da região.

Baependi

Causa agradavel impressão  a vista da cidade, quase toda sobre uma collina, com suas casas cercadas de vegetação   sempre abundante: o aspecto é risonho e constrasta com o isolamento arido das casas de Caxambu.

Ao penetrar-se, porém, na cidade, triste decepção! são ladeiras cheias de buracos, outrora calcadas     por lages, de que existem ainda restos; casas velhas, de aspecto lugubre, pobre, algumas a esboroarem-se, a procurarem um centro de gravidade, muitas com o reboco cahido, deixando ver o adobro , a taipa, o arcabouço que as sustentam. 

A`s janelas uma ou outra cabeça aparece, attrahida pelo tropel dos cavallos.
As ruas sao desertas; apenas ás portas das vendas pauperrimas encontra-se uns indivíduos de aspecto miseravel;

Baependy, hoje em decadencia, floresceu até uns vinte annos passados; o tabaco fez-lhe a reputação  de municio opulento, e na história o imperio os grandes principios democraticos ali encontraram defensores heroicos.

Foi berço de homens illustres nas scencias e na politica.  Hoje, nao tem tabaco para dous cigarros, e vive de recordações ; a ver crescer a fama de Caxambú, como uma mãe velha e exhausta ve, cheia de orgulho e de esperancas, elevar-se o filho que a amamentou.

As charutarias do Rio expõem rolos e cigarros que de Baependy só tem os dizeres o rotulo; e a infeliz cidade nem energia tem mais para protestar contra o papel gratuito de testa de ferro. 
A lei de 13 de Maio foi o golpe de misericordia dado a sua lavoura, já decadente.

E termina o texto: Baependy é uma cidade em decadência, disse eu.

Na cerimonia de batismo de sua netinha Auta, em 1887, filha de José Florencio Bernardes Junior, realizado na Capelinha do Piracicaba, ele não estava presente, mas apresentou procuração atravez de seu próprio pai, José Ferreira Gomes (1791-?). Dos últimos registros históricos da vida de José Florencio Bernardes, consta o casamento de Camilo Ferreira Junior (1858-?), filho de Sabina, ainda seu escravo, no ano de 1888, três meses da proclamacao da Lei Aurea, e o casamento de Efigenia, sua ex escrava em 26 de outubro de 1889.

José Florencio Bernardes faleceu em data até agora desconhecida e deixou uma geração filhos, netos:

José Bernardes (1854-?)
José Bernardes (1860-?)

Prisciliana Isidora do Espírito Santo (1864-?), filha casada com Antonio Cassiano José Pereira:

1) Zulmira Cassiano Pereira (1884-?)
2) Alexandre Pereira (1886-?)
3) Pedro Pereira (1887-?)
4) Alfredo Pereira (1892 -?)
5) Casimiro Pereira (1896- ?)
6) Vital Pereira (1899-?)

Maria Florencio Bernardes (1867-?)

Bernardes  (1875-1875)

Maria Alexandrina de Jesus (?-?), filha casada com João  Martiniano de Gusmão

1) Juvenal de Gusmão  (1886-?)
2) Gloria de Gusmão (1890-?)
3) Palmira de Gusmão  (1897-?)
4) Delmira de Gusmão  (1898-?)

José Florencio Bernardes Junior (?-?), filho casado com Maria Francisca/Francelina/ de Castilho

1) Antonia Bernardes (1887-?)
2) Alda Florencio Bernardes (1887-?)
3) José Bernardes Junior (1888-?)
4) Reinaldo Florencio Bernardes (1891-?)
5) Vinaldo Bernardes Junior (1892-?)
6) Alda Bernardes (1894-?) cujos padrinhos de batismo foram: Bernardino Lopes de Faria e Elvira Ferreira Simoes, esposa de Joao Ferreira Simões.
7) Cicomoda Bernardes (1899-?)
8) Amancio Florencio Bernardes (1900-?)

Todos batizados foram realizados na Capela de Santo Antonio do Piracicaba, Baependi, Minas Gerais, Brasil.

Parentesco:
José Florencio Bernardes é parente da Família Ayres por afinidade.  Sua esposa, Thereza Ribeiro de Lima, foi tia-avó por parte de mãe (irmã da mãe) de  José Ayres de Lima, o José Trançador    casado com Gervásia Maria da Conceição, a minha avó.