segunda-feira, 28 de março de 2016

Virgolina Balbina de Lima e sua linha do tempo


Irmã Gorgulho a inventora da Linha do tempo bem antes da existencia da internet e facebook. Aqui os fatos históricos, suas causas e conseqüências na linha de nossos ancestrais. Vejam que muitos dos padrinhos tem relações de parentesco entre si e comprova  o quanto as famílias "Lima e Silva" e os "Ferreira Simões" estavam relacionadas. Para saber mais, cliquem nos "links" em azul das pessoas biografas.
A ela, a nossa professora de história, do Colégio Normal Santa Terezinha, dedico as nossas linhas do tempo. Com vocês...

Virgolina Balbina de Lima datas e fatos


1833: Nascimento: em Pouso Alto

1849: Casamento: 13/09/1849, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João   Theodoro Correia e o Alferes Antonio Rodrigues da Cunha Silveira.

1852: Madrinha de batismo de Pedro, filho de Irineo e Teodosia, escravos de Antonio Roddrigues Cunha Silveira na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: Francisco Bernardino de Faria e Virgolina Balbina de Lima.

1853: Batismo de filho, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: Joao José de Lima e Silva e Ana Beralda de Sao José por procuração apresentada por D. Thereza Ribeiro de Lima.

1854: Madrinha de batismo na Igreja Matriz Nossa Senhora de Mont Serra, de Eugenia, filha de Antonio José dos Santos e Mariana Justina de Souza. Foram padrinhos: Francisco Bernardino de Faria e Virgolina Balbina de Lima.

1862: Madrinha de batismo de Elvira, filha de Bernardino Lopes de Faria e Elvira Maria do Nascimento (Simões). Foram padrinhos João  José de Lima e Virgolina Maria de Lima.

1862: Nascimento de filho: Elyezer, nascido em Piracicaba. Foram padrinhos: Antonio Bernardino de Faria e Gabriela Theodora da Conceição.

1864: Madrinha de batismo de Prisciliana,  filha de José Florencio Bernardes e Thereza Ribeiro de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: Francisco Bernardino de Faria e Virgolina Balbina de Lima.

1864: Batismo do filho João,  na Igreja Matriz Nossa Senhora de Mont Serrat. Foram padrinhos: Manoel Antonio Pereira e Emerenciana Pereira.

1864: Madrinha de batismo de Maria, filha de Candido José Ferreira e Ignacia Maria de Jesus. Foram padrinhos: João  Ferreira Simões e Virgolina Balbina de Lima.

1864: Madrinha de Apolinário, filho natural de Beatriz, escrava de Antonio José dos Santos, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: Joao José de Lima e Silva e Virgolina Balbina de Lima.

1865: Em 01 de março,  foi madrinha de batismo de Sabina Maria da Conceição , filha de Justinianna Maria da Conceição , escrava de João Ferreira Simões, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: José Ignacio de Lima e Virgolina Balbina de Lima.

1865: Madrinha de Apolinário, filho de Beatriz, escrava de Antonio José dos Santos, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padirnhos: João  José de Lima e Silva e Virgolina Balbina de Lima.

1865: Madrinha de batismo de João, filho de José Antonio Pereira e Generoza Theodoroa. Foram padrinhos: José Teodoro Correia e Virgolina Balbina de Lima na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1866: Madrinha de batismo de Florentino, filho de Florencia, escrava de João  José de Lima (filho), na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João  José de Lima e Silva e Virgolina Balbina de Lima.

1869: Madrinha de batismo de Calisto, filho de Virginia, escravo de José Florencio Bernardes, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: Francisco Bernardino de Faria Junior e Virgolina Balbina de Lima.

1874: Madrinha de batismo de José, filho de Maria Joaquina da Conceição, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos José Florencio Bernardes e Virgolina Balbina de Lima.

1874: Madrinha de Valério, filho natural de Theodora Ribeiro de Jesus, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Forma padrinhos: José Florencio Bernardes e Virgolina Balbina de Jesus (Lima).

1875: Batismo da filha Maria, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos João  Ferreira Simões e Thereza Ribeiro de Lima.

1876: Madrinha de batismo de José, filho de Francisco Lopes de Faria e Anna Francisca de Jesus, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: Bernardino Lopes de Faria e Virgolina Balbina de Lima.

1876: Madrinha de batismo de Rachel, filha de João  José de Lima e Theodora Constancia de Vasconcelos, junto com Francisco Bernardino de Faria, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1877: Madrinha de batismo de José, filho de Antonio Rufino de Mora e Maura Alvina Izolina, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1880: Madrinha de batismo de Perciliana, filha de Pedro Fernandes de Souza e Rogéria Maria Ribeiro. Foram padrinhos: Antonio Alves Ribeiro e Virgolina Balbina de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1880: Madrinha de batismo de Elvira, filha de Bernardino Lopes de Faria e Elvira Maria do Nascimento. Foram padrinhos: João Ferreira Simões e Virgolina Balbina de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1882: Madrinha de batismo de Maria, filha de Antonio Joaquim de Souza e Vitalina Maria de Jesus. Foram padrinhos Manoel Joaquim de Souza (da Lagoa) e Virgolina Balbina de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1883: Em 13 de juno, foi madrinha de batismo de Josino (irmão de vó Gervásia), filho de Sabina Maria da Conceição, escrava de João  Ferreira Simões. Foram padrinhos: João  Ferreira Simões e Virgolina Balbina de Lima na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1884: Madrinha de batismo de Targino, filho natural de Honoria, escrava de José de Faria Andrade. Foram padrinhos Ludgelo Lopes de Faria e Virgolina Balbina de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1884: Madrinha de America, filha natural de Maria Prucencia da Conceição. Foram padrinhos Americo de Faria Andrade e Virgolina Balbina de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1885: Madrinha de batismo de Juventina, filha de José Ferreira de Castro e Clementina de Souza. Foram padrinhos: Alberto Pereira Tomes Nogueira e Virgolina Balbina de Lima na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1885: Madrinha de batismo de Pedro, filo de Honoria, escrava de José de Faria Andrade. Foram padrinhos: Ludgero Lopes de Faria e Virgolina Balbina de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1886: Madrinha de batismo de Luiz, filho de Bernardino Lopes de Faria e Elvira Ferreira Simões, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1889: Madrinha de batismo de Izabel, filha de João  de Faria Andrade e Maria Candida de Lima. Foram padrinhos: Eliezer dos Santos e Virgolina Balbina de Lima.

Virgolina faleceu até agora em dada desconhecida.

Grau de parentesco na Familia Ayres

Virgolina Balbina de Lima é avó "torta" de Gervásia Ayres de Lima e minha avó de 3° grau .


domingo, 27 de março de 2016

João José de Lima e Silva e sua Linha do Tempo

Irmã  Gorgulho

Antes mesmo de existir a internet e facebook, a expressão "Linha do Tempo " ja era por nós alunos do Colégio Normal Santa Terezinha, conhecida. A tal "Linha" era usada pela minha antiga professora de História, a irmã Gorgulho, que lecionava nos anos 70. Ela nos ensinou como relacionar os fatos, as datas, lugares, colocando aquela salada histórica no quadro, a Revolução Francesa, Napoleão, guerras, em uma longa linha que ela traçava com giz de uma ponta a outra do quadro. Havia linhas de fatos paralelos, todos ligados para um acontecimento. Sim, sim, os fatos históricos e suas causas. Daqui para a frente publicarei nas "Linhas do Tempo" os dados encontrados em certidões pesquisadas para os nossos ancestrais. Começaremos pelo mais antigo ancestral da Família Ayres e terá sempre a imagem de minha professora, a irmã  Gorgulho que muito me ensinou. 


João  José de Lima e Silva, datas e fatos

Saiba mais em sua biografia completa no link:  João José de Lima e Silva o senhor dos escravos

1798Nascimento (em lugar desconhecido)

1833: Nascimento da filha Virgolina Balbina de Lima em Pouso Alto.

1835: Nascimento do filho José Lima e Silva em Pouso Alto.

1837: Nascimento da filha Tereza Ribeiro de Lima, em Pouso Alto.

1837: Listado no Sensu de Pouso alto: João José de Lima e Silva, 41, branco, casado, livre; Joana Tereza, 32 branco, casado, livre; Virgolina, 6, branco, solteiro; José, branco, solteiro livre; Teresa, 2 branco, solteiro, livre; Adão, 31, crioulo, solteiro, escravo; Vicente, 28, crioulo, solteiro, escravo; Benedikto, 26 crioulo solteiro, escravo; Celestina, africano/preto, viuvo, escravo; José, crioulo, solteiro, escravo; fogo 2, Quarteirão 17, Pouso Alto.

1848: 28 de janeiro de 1849, batizado de Mizael, filho de Rosa, escravo de João José de Lima. Foram padrinhos João Thedoro Correia

1849: 13 de setembro, Casamento de Virgolina Balbina de Lima, sua filha com Francisco Bernardino de Faria, na Igreja Nossa Senhora de Mont Serrat, Baependi.

1851: 31 de agosto, batismo de Felippe, filho natural de Florinda, escrava de João  José de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos João e Genoveva, escravos do mesmo.

1854: Padrinho de batismo de Florinda, filha de Rita, escrava de João  José de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos, escravo do mesmo e Brigida, forra.
1854: Padrinho de batismo de Felicíssimo, filho natural de Angelica Maria Ribeiro, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João  José de Lima e Roza Ursula da Silva.

1855: 22 de julho, casamento de sua filha Thereza Ribeiro de Lima/Jesus com José Florencio Bernardes na Igreja Matriz de Baependi.

1858Padrinho de batismo de Camilo, filho de Justina (Justinianna) escravo de João  José de Lima, no oratório do Chapeo, Baependi. Foram padrinhos José Florencio Bernardes e Thereza Ribeiro de Lima.

1859: Padrinho de batismo da escrava Anna, filha de Benedita, escrava de João José de Lima, no Oratótio Privado de Antonio Rodrigues da Cunha Silveira. Foram padrinhos Candido José Ferreira e Maria Eugenia da Glória.

1860: 12 de agosto, casamento de seu filho José Ignacio de Lima e Silva com Fraujina Honorina de Jesus.

1860: Padrinho de José, exposto, e ele como padrinho, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1860: 29 de maio, falecimento de sua esposa, Joana Thereza Ribeiro de Lima.

1860: Padrinho de Sebastiana, filha de Rosa, escrava de João  José de Lima, no Oratório privado de José Ferreira Gomes. Foram padrinhos: Geronimo, escravo do mesmo e Maria Ignacia Ribeiro.

1861: Casamento de sua filha Ignácia Ribeiro de Lima com Candido José Ferreira na Igreja Nossa Senhora de Mont Serrat, Baependi, sendo ele o único padrinho.

1862: Padrinho de batismo de Nicolau, filho de Virginia, esrava de João José de Lima e José Florencio Bernardes no Oratório privado da Fazenda Sao Pedro, Baependi. Foram padrinhos: Joao Ferreira Simões e Maria Eugenia de Lima.

1862Padrinho de batismo de Bibiano, filho de José Candido Ferreira e D. Ignacia Ribeiro de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João  José de Lima e Silva e Anna Francelina de Castilho.

1863:  23 de agosto, casamento de seu filho João  José de Lima Filho com Theodora Constancia de Vasconcelos, na Lagoinha do Chapeu, sendo testemunhas: João  Pedro de Menezes e Joao José de Lima e Silva, pai.

1863: Padrinho de batismo de Firmino, filho de Rita, escrava de João José de Lima, no Piracicaba. Foram padrinhos João de Lima e Theodora, parda.

1864: Padrinho de batismo de Anna, filha de Antonio José de Carvalho e Eulalia Maria da Conceição, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba: Foram padrinhos: João  José de Lima e Silva e Claudiana Maria de Jesus.

1865:  Padrinho de batismo  de Agueda, filha de Antonio José dos Santos e Mariana Justina de Souza, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João José de Lima e Silva e Maria Clementina.

1865Padrinho de batismo de Apolinário, filho de Beatriz, escrava de Antonio José dos Santos, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João  José de Lima e Silva e Virgolina Balbina de Lima.

1865Padrinho de batismo de Agueda, filha de Antonio José dos Santos e Marciana Justina de Souza na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João José de Lima e Silva e Maria Clementina, (anotada erroneamente como Virgolina Balbina de Lima e corrigido).

1870: 23 de fevereiro, casamento de Francisco Theodoro de Lima com Gabriela Alves Ribeiro na Igreja Nossa Senhora Mont Serrat, Baependi.

1875: Casamento de seu filho Rufino de Lima e Silva com Rita Carolina de Castro na Capela de Santo Antonio do Piracicaba.

1875: Falecimento de Francisco, na Lagoinha do Chapeu, Baependi.

1877: Falecimento de João  José de Lima e Silva, no Chapeo, viúvo de Joana Thereza Ribeiro, enterrado no Cemitério de Santo Antonio do Piracicaba.

1875: Falecimento de Francisco, escravo de João José de Lima Silva, sepultado no Cemitério de Piracicaba.

1886: Padrinho de batismo de Florentino filho de Florinda (17 anos, nota minha) escrava de João  José de Lima, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Foram padrinhos: João Jose de Lima e Silva e Virgolina Balbina de Lima.

1889: Casamento de ex-excrava, Damasia, escrava do finado João José de Lima e silva e Paulo, ex-exravo de Evaristo Augusto Nogueira de Sá.

1890: Casamento de Mateus de Lima e Silva, ex escravo do finado João José de Lima e Ana Maria do Espírito Santo, filha legítima de Luiz Gomes dos Santos, já falecido e Maria Justina de Jesus.

1890: Falecimento de Benedito Manoel de Lima, na Santa Casa de Baependi, solteiro, de 70 anos, ex escravo do finado João  Jose de Lima, natural de Pouso Alto, de úlcera cancerosa.

1891: Nascimento de Emílio, filho de Matheus de Lima (es-excravo de João  José de Lima e Silva), liberto,  e Ana do Espirito Santo. Foram padrinhos João Marotta e Felicidade, liberta.

Foto: Márcia Maria Niman Silva, publicada na pagina do Colégio Normal Santa Terezinha.

sábado, 12 de março de 2016

Os Ayres e os Freitas, os elos que nos unem

Os elos, decoração do rio Bengo que corta a cidade de Caxambu, Minas Gerais
Foto Solange Ayres

Os elos que nos unem: Origem dos ramos da Família Freitas e da Família Ayres na árvore genealógica

Hoje vamos tentar elucidar como e quais os elos que unem as Famílias Ayres e a Família Freitas. Ah, a nossa história em comum começou ha muito, muito tempo...

Recuperando a memória...

O mais antigo ancestral da Familia Freitas/Ayres conhecido até agora, digo até agora, pois novas pesquisas podem nos revelar outras surpresas, é  João  José de Lima e Silva, nascido em 1798. Ele que aos 41 anos estava casado com Joana Theresa Ribeiro, 32 e nesta época residiam na cidade de Pouso Alto, antes da família se mudar para o Chapeu, hoje bairro da periferia de Baependi. Não posso dizer ao certo se os outros filhos nasceram em Pouso Alto. Se lá nasceram e lá foram batizados dificilmente poderemos resgatar esses documentos, que eram arquivados na igreja de Pouso Alto e que viraram cinzas num grande incêndio em abril de 1855.

João José de Lima e Silva estava cadastrado e praticava  atividade "agrícola", lia e escrevia. Seus três filhos, Virgolina, de sobrenome Balbina de Lima, José, de sobrenome Ignacio de Lima e Silva e Thereza, que assinaria Ribeiro de Lima/Jesus. Maria de Souza Lima, a mãe de Maria José de Lima ainda não havia nascido, bem como os outros filhos  no documento original abaixo.

Sensu da cidade de Pouso Alto do ano de 1939


Filhos de João  José de Lima e Silva com Joana Thereza Ribeiro de Lima:

             Virgolina Balbina de Lima (1833-?) (do censu)
             José Ignacio de Lima e Silva (1835-?) (do censu)
             Thereza Ribeiro de Lima/Jesus(1837-?) (do censu)
             Rufino de Lima e Silva(1853-?)
             Ignacia Ribeiro de Lima (?-?)
             Maria de Souza Lima/Silva/Lima de Souza (?-1902)
             João  José de Lima (?-?)
             José de Lima e Silva/exposto/adotado (?-?)
             Francisco Theodoro de Lima (?-?)
             Maria Antonia Ribeiro de Lima (?)

A matriarca da Família Freitas

Maria José de Lima (20/10/1881-?) a Mariquinha é considerada a "matriarca" dos Freitas, casada com Ramiro Rodrigues  Freitas. Ela é o ponto de partida  para a reconstrução das uniões na família. Vamos lá colocar essa "parentada" toda num gráfico para que vocês possam entender melhor os elos que nos unem:


Maria de Souza Lima/ Silva/ Lima de Souza se casou com José Fernandes Ayres/Silva (Trançador pai), originando o ramo da Família Ayres à direita no diagrama.
Seu filho, José Ayres de Lima, (Trançador filho), casou-se com Gervásia Maria da Conceição/Ayres   e o sobrenome Ayres foi mantido e levado à frente.

Não foi o caso da irmã dele, Maria José de Lima, a Mariquinha. Ela, que segundo as certidões, já não assinava mais o "Ayres" no sobrenome, mas somente o "Lima", com o casamento, adotou o sobrenome do marido, Ramiro Rodrigues de Freitas, originando aí a Família Freitas, à esquerda no diagrama, e assim o sobrenome "Ayres", a partir de Maria José de Lima, desapareceu.

Para lembrar a todos, José Fernandes Ayres era pai de José Ayres de Lima, o Trançador, que hoje é nome de bairro da cidade de Caxambu. José Fernandes Ayres também era apelidado de "Trançador"  e não só a profissão de trançar  relhos para cavalos passou de pai para filho, como também o apelido.

Ele era possuidor de terras, que segundo informações que circulavam na família, foram perdidas em disputas judiciais com a família Carneiro, terras estas que se extendiam até a divisa com a comarca de Conceição do Rio Verde. Segundo a nossa biblioteca familiar, a tia Célia uma irmã  de José Trançador, a Josephina Ayres da Silva, vivia com o filho  chamado João, (que trabalhava no engarrafamento do Parque das Águas), no alto do bairro, num pedaço de terreno herdado remanescente das tais disputas jurídicas. Essa notícia é recente, de 15/02/2016 e ainda à pesquisar.

Muitos da Família Freitas chamavam a vó Gervásia de "tia" não  por acaso. Mesmo não sabendo exatamente a correspondência de parentesco, as crianças na época não estavam erradas. José Ayres de Lima, o Trançador  era irmão de Mariquinha e assim a vó Gervásia se transformou em tia da família também.

A parentada: Os tios e tias, os primos e primas de vó Mariquinha

Para compreendermos quem fora Mariquinha na árvore da família, vamos fazer aqui uma lista de todos os seus tios, tias, primos e primas, alguns com biografia própria em links em azul. Atentem que muitos dos parentes foram padrinhos, ou afilhados em diferentes ramos das famílias, lá atras no passado.

A tia Virgolina Balbina de Lima era a mais velha. (Ela foi madrinha de batismo, junto com o seu irmão, José Ignacio de Lima e Silva  de Sabina Maria da Conceição, mãe da Gervásia Ayres de Lima) Ela se casou com Francisco Bernardino de Faria em 13 de setembro de 1849, com apenas 13 anos. Da união  nasceram 13 filhos. São  eles:

Os primos e primas:

1)- Bernardino Lopes de Faria (1853.?) que se casou com Elvira Maria do Nascimento.
Lembremos que Elvira era filha de João Ferreira Simões  que era proprietário de escravos, inclusive Justinianna Maria da Conceição mãe de  Sabina Maria da Conceição , que foi mãe  de Gervásia Maria Ayres. O neto de João  Ferreira Simões, Argentino Ferreira Murta,  foi padrinho de batismo de Celia Ayres/Lima Araujo, a filha da vó Gervásia.

2)  Lucianna de Faria (1856-?)
3)  Ludgero Lopes de Faria (1858-?)
4) Lucinda de Faria (1861-?)
5) Eleziel Lopes de Faria ( 1862-?)
6) José de Faria (1864-?)
7) Arminda de Faria (1867-?)
8) Sabina Bernardina de Faria (1869-?)
9) Bruno de Faria (1872-?)
10) Maria de Faria (1875-?)
11) De Faria (1875-1875)
12) Juvêncio de Faria (1877-?)
13)  Escolástica Lopes de Faria (?-1879)

O tio José Ignacio de Lima e Silva (1835-?) que se casou com Fraujina Honorina de Jesus em 12 de agosto de 1860, no Chapeo, em Baependi. Da união  nasceram 4 filhos:

Os primos e primas:

1) Anna Frauzina de Jesus (1857-?), que se casou com, pasmem, Camilo Ferreira Junior, filho de Justinianna Maria da Conceição , avó de Gervásia.
2) Candida de Lima (1860-?)
3)- Francisco Ignacio de Lima (1862-?)
4) Ana Ignacio de Lima (1865-?)

A tia Thereza Ribeiro de Lima/Jesus (1837-?) que se casou com José Florencio Bernardes em 22 de julho de 1855. Da união nasceram 7 filhos:

Os primos e primas:

1) José Bernardes (1854-?)
2) José Bernardes (1860-?)
3)Prisciliana Izidora do Espírito Santo (1864-?)
4) Maria Florencia (1867-)
5) Bernardes (1875-1875)
6) maria Alexandrina ( ?-?)
7) José Florencio Bernardes Junior (?-?)

O tio Rufino de Lima (1853-?) que se casou com Rita Carolina de Castro (?-?)
 em 26 de julho de 1875 na Capela de Santo Antonio do Piracicaba. Da união nasceram 7 filhos:

Os primos e primas:

1) José de Lima (1876-?)
2) Cesar de Lima e Silva (1878-?)
3) Maria de Lima e Silva (1880-?)
4) Antonio de Lima (1882-?)
5) Benjamim de Lima (1884-?)
6) Joao de Lima e Silva (1886-1897)
7) Eudoxia de Lima (1890-?)


A tia Ignacia Ribeiro de Lima (?-?) que se casou em 1861 com Candido José Ferreira (?-?)

Os primos e primas:

1) Bibiano José Ferreira (1862-?)
2) - Ferreira (?-1873)
3) Maria Candida Ribeiro (1864-?)
4) Candida Ferreira (1869-?)
5) Cornélio José Ferreira (1880-?)

 O tio João José de Lima  Filho (?-?) casado com Theodora Constancia de Vasconcelos (?-?)

Os primos e primas:

1) Izabel Francisca de Jesus (?-?)
2) Ludgelo de Lima (?-1865)
3) Galdino Emydio de Lima (1869-?)
4) José Augusto Anselmo (1871-?)
5) Amélia Eugenia do Espirito Santo (1872-?)
6) Samuel Augusto de Lima (1874-?)
7) Rachel Silva (1876-?)
8) de Lima, (?- 1884)
9) Theodora Constancia de Vasconcelos (filha) (1878-?)


O tio João  de Lima (?-?)

O tio Francisco Theodoro de Lima, (?-?), que se casou em 23 de fevereiro de 1870 com Maria Gabriela Alves Ribeiro (1855-?). Gabriela era filha de Gabriel Alves Ribeiro, aquele que doou o sino para a Capelinha de Santo Antonio do Piracicaba, na região de Baependi, Minas Gerais.

Os  primos e primas

1) Antonia de Lima ( 1873-?)
2) Marcos de Lima (1875-?)
3) Francisco de Lima (1875-?)
4) filho de Lima (1876.1876)
5) Maria de Lima (1877-1884)
6) Antonia Petronila de Lima (1879-?)
7) Agueda de Lima (1882-1882)
8) Gabriel de Lima ( 1885-?)
9) Maria de Lima II (1887.1887)
10) José de Lima (1889-?)
11 Tercilia de Lima (1892-?)
12) Dorcina Natividade (1894-?)
13 Priciliana de Lima (1897-)
14 Ercilia de Lima (1899-?)
15 João  de Lima (?-1888-?)
16 Joana de Lima (?-1883)

A tia Maria Antonia Ribeiro de Lima (1871-1903) (?)

Mais links para as postagens:
Capela de Santo Antonio do Piracicaba, uma visita

Agradecimentos ao Arquivo Público Mineiro pelo envio do documento do Sensu de Pouso Alto.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Argentino Ferreira Murta, o professor

Turma da 4a Série de Contabilidade de 1966, em Caxambu
Quem conheceu o professor Argentino? Sei, poucos em 2016 vão dizer: "Eu!"
E vocês perguntariam, o que o Senhor Argentino estaria fazendo aquí no Blog da  Família Ayres? Temos muitas razões  para biografá-lo. Argentino Ferreira Murta era neto de João Ferreira Simões, o proprietário das escravas Justinianna Maria da Conceição e Sabina Maria da Conceição, respectivamente avó e mãe de Gervásia Maria Ayres, esta última livre, pois  nasceu posteriormente à lei do Ventre Livre.




Argentino foi o único filho homem do casal João  Gomes Murta e Eliza Ferreira Simões. Nasceu a 26 de agosto de 1896, batizado ao 26 de outubro do mesmo ano pela sua avo Maria Eugenia de Lima. A sua primeira irmã Maria não viveu um ano. Faleceu de bronquite capilar aos 8 meses em 1895. Em 1901 nasceu sua segunda irmã e novamente deram o nome de Maria Murta. Era comum  dar nome de um filho morto à próxima criança nascida. A terceira irmã, Elvira Ferreira Murta/Mello (1905-?) e a quarta, Adelina Ferreira Murta (1909-?), todas nascidas em Caxambu.



Em pesquisas posteriores, 28/09/2016, achei dois recortes no Jornal O Patriota, dos anos de 1945. Na sua estada em Caxambu, Argentino fez sua contribuição para a reconstrução da Capela de Nha Chica. Naquele tempo se prestava contas em público e em centavos! Três anos mais tarde, em 31 de maio de 1948, o mesmo jornal anuncia sua definitiva mudança para a cidade.




Esta tudo ligado, esta tudo ligado...




Argentino  e seus antepassados tiveram uma grande convivência com a Família Ayres. Não só porque eram vizinhos lá no  Chapeu, hoje bairro de Baependi, mas também porque ha laços  entre as famílias de apadrinhamentos tanto de batismo como casamentos. Sua mãe, Eliza Ferreira Simões/ Murta (1876-?), que foi batizada na nossa conhecida Capela de Santo Antonio do Piracicaba, teve como padrinhos sua irmã mais velha, a Elvira Murta que na época tinha 14 anos,  juntamente com Bernardino Lopes de Faria, filho de Virgolina Balbina de Lima.Vejam acima.

Mas não é só isso. A dona Eliza foi ainda foi madrinha de casamento juntamente com  João  Baptista Dias, (casado com Inocência Dias, a outra filha de João  Ferreira Simões), de Justinianna Maria da Conceição, ela aqui novamente, que se casou na Igreja Matriz de Baependi com Pedro, Maria que era ex escravo de Gabriel Theófilo de Andrade, fazendeiro na região de São Thomé das Letras e Cruzília. Na época do casamento, em 20 de outubro de 1888, Justiniana já era "ex" escrava de  João  Ferreira Simões, (vide certidão abaixo) o avo de Argentino, pois a princesa Izabel havia assinado a Lei Áurea em 13 de maio do mesmo ano.  A anotação dos nomes à esquerda é um sonho:   "libertos". 


Mas as relações  de Argentino com os Ayres não param por aí. Aos 26 anos de idade foi padrinho de batismo  juntamente com Maria da Conceição Machado, de  minha nossa tia Célia Ayres de Lima/Araujo,  na Igreja Nossa Senhora dos Remédios em Caxambu. Vocês virão? Esta tudo ligado.

Da rua das Murtas para a Estrada Real

Muitas pistas nos levaram a conclusão que  João Ferreira Simões teria tido uma residência no Caxambu Velho. As conclusões pude tirar ao ler a certidão abaixo do ano de 1903. Ana Francisca da Silva, de 70 anos, faleceu na casa de João Ferreira Simões, no "Caxambu  Velho", (vide certidão abaixo). Além do que, Sabina Maria da Conceição sua ex escrava também residia no Caxambu Velho. Então...

Interessantemente ha em Caxambu  uma rua denominada "Rua das Murtas", (veja no google). Se analisarmos bem, o terreno estaria situado na beira da Estrada Real, que ligava Caxambu à Baependi e de lá para o Chapéu, onde José Ferreira Simões tinha fazenda. No mapa, detalhei o caminho possível feito a pé, ou melhor, a cavalo, na época, entre Caxambu e Baependi. Este é o percurso oficial da Estrada Real, que inicia no Palace Hotel. Seria nesta rua em que "as Murtas", a filha e as netas, que talvez lá no terreno remanescente de seu avo João  Ferreira Simões, fizeram suas casas e lá moravam? Ainda esta para ser pesquisado.




Filosofando em grego

Argentino morou na sua juventude em Caxambu e foi para o Rio de Janeiro estudar. Voltou anos mais tarde para lecionar na Escola de Contabilidade, e lá se aposentou. Em 1973 ele ocupou por um ano a presidência da Camara dos Vereadores de Caxambu.

Mas a profissão de educador não o deixava ficar em casa. Mesmo aposentado cumpria a rotina de ir à escola noturna de Contabilidade acompanhado de sua pasta preta, todos as noites, que funcionava no Grupo Padre Correia de Almeida. Fui sua aluna, mesmo que somente por algumas poucas horas. Vez ou outra, quando algum professor faltava, estava lá o Seu Argentino para fazer substituição falando de Sócrates e filosofia grega, mesmo que os alunos quase o ignorassem. Uma pena, ele tinha muito a dizer e a nos ensinar.

20 anos de noivado

Argentino noivou-se por muito tempo, 20 anos! e depois se deu conta que ele não combinava com a noiva e assim desistiu de se casar. Essa história foi contada à sua aluna do Colégio Comercial de Caxambu. Faleceu solteiro convicto, em Caxambu, na década de 1990.

Abel Murta de Gouveia, o sobrinho cassado pelo regime militar

Abel Murta de Gouveia em campanha política
em frente à Igreja Matriz, Caxambu, 1960
Abel Murta de Gouveia e a fogueira suspeita

Bem, os laços familiares continuam se entrelaçando. Abel Murta de Gouveia era bisneto de João Ferreira Simões, filho de Maria Murta de Gouveia, a tia de Argentino, casada com Guilherme Vilela Gouveia. Ele se formou advogado foi diretor e lecionava na Escola de Comercial em que também o seu sobrinho Argentino lecionava, no ano de 1959. Ele foi eleito prefeito de Caxambu em 1964 e posteriormente cassado pelo regime militar. Constou na lista dos "indiciados" a absurda acusação de "uma fogueira suspeita" no quintal de sua casa, demonstrando a fantasia na cabeça dos militares, que viam em tudo o comunismo ameaçando o regime político vigente, isto é a Ditadura Militar, assim escrito no protocolo de acusação do  sobrinho Abel:

Abel Murta de Gouveia, sobrinho
 de Argentino Ferreira Murta
"E estas revelam o bom critério de defesa e melhor conhecimento da doutrina de Marx, e suspeita mais grave contra Dr. Abel é revelada pela testemunha José de Paula Pereira, quando afirma que entre meia noite e uma hora viu que ele e seus familiares levavam papéis a uma fogueira no quintal da casa, justamente um dia antes da prisão."

Enfim, os militares viam em tudo  o fantasma do  comunismo. Reabilitado, se tornou Juiz do Trabalho, atuando em Caxambu. Viveu seu últimos dias de aposentado, trabalhando ainda como advogado, na pacata cidade até sua morte em 21 de fevereiro de 2008.


Abel Murta de Gouveia (leia aqui uma entrevista dele em 2002)

Fonte: Arquivos do DOPS
Foto: Não  foi possível identificar o autor
Agradecimentos:  A Claudio Eduardo Gomes Nogueira, Zeka Rafide, e Sandra Helena Murta de Gouveia, pelas duas fotos enviadas, via grupo Colégio Normal Santa Terezinha.