Matadouro, Favela, Chácara dos Padres, Laudelino, João Santos, Morro de Caxambu, Caixa D`Agua, Observatório e... duas vezes Trançador. Estes nomes são conhecidos, muito conhecidos. O Morro incontestável. Este deu origem ao nome da cidade. A chácara dos Padres, que na verdade eu a conhecia por Chácara do Colégio Santa Terezinha, onde fazíamos piquenique de classe, no verão e, aos domingos, ministrei aulas de Catecismo para as crianças. Favela?! Como poderiam denominar, em 1939, um abairro assim de... favela? Caxambu tinha um Observatório. O que se observava no observatório? Caixa D`Agua. Esta esta claro, era e é a caixa d`agua da cidade. Agora, o Bairro Trançador, escrito assim com todas as letras? O bairro tem este nome não por acaso. Pois o primeiro registro cartográfico, onde constava o nome "Trançador" é de 1937. Este acima é mais recente, de 1939.
A 6a Zona
Em 7 de novembro de 1952, a Camara Municipal de Caxambu decretou, para fins do art. 125 do Código Tributário do Município, a divisão da cidade em 8 Zonas e, definiu os preços mínimos por metro quadrado dos terrenos nelas encontrados "aceitáveis para fim do lançamento do imposto territorial urbano". Assinaram o documento o prefeito Joubert Guimarães e Sebastião Pereira, chefe do Serviço de Secretaria. Na 1° Zona, o centro da cidade hoje, que incluía a Travessa Nossa Senhora dos Remédios, Praça 16 de Setembro o metro quadrado custava $40,00 cruzeiros. No Bairro do Alto do Trançador, que ficava situado na 6° Zona e incluía o Barro Santa Rita e Matadouro o metro quadrado custava $5,00 cruzeiros. Menos que a preocupação com o preço dos terrenos, mas esta o registro: "Bairro do Alto Trançador" escrito a mão pelo secretário. Ah, então era.
Trançador, um dos antigos ofícios do nosso sertão
A 6a Zona
Em 7 de novembro de 1952, a Camara Municipal de Caxambu decretou, para fins do art. 125 do Código Tributário do Município, a divisão da cidade em 8 Zonas e, definiu os preços mínimos por metro quadrado dos terrenos nelas encontrados "aceitáveis para fim do lançamento do imposto territorial urbano". Assinaram o documento o prefeito Joubert Guimarães e Sebastião Pereira, chefe do Serviço de Secretaria. Na 1° Zona, o centro da cidade hoje, que incluía a Travessa Nossa Senhora dos Remédios, Praça 16 de Setembro o metro quadrado custava $40,00 cruzeiros. No Bairro do Alto do Trançador, que ficava situado na 6° Zona e incluía o Barro Santa Rita e Matadouro o metro quadrado custava $5,00 cruzeiros. Menos que a preocupação com o preço dos terrenos, mas esta o registro: "Bairro do Alto Trançador" escrito a mão pelo secretário. Ah, então era.
Trançador, um dos antigos ofícios do nosso sertão
Antes do advento da cafeicultura, as fazendas mineiras eram grandes produtoras de gado bovino para corte além de produzir géneros alimentícios, que eram transportados para toda a província em tração animal, cavalos, burros e carros de bois. Com uma farta matéria prima, surgiram um grande número de atividades profissionais que compunham os antigos ofícios do sertão ligados ao abastecimento das necessidades das tropas, fosse elas de carga ou de gado. Eram eles Seleiros, Trançadores, Vaqueiros, Boiadeiros, Tangeiros, Tropeiros, Curtidores, Sapateiros, Açougueiros, assim como os que trabalhavam com metais, como os Ferreiros, Ferradores, Funileiros ou Tecelões que trabalhavam com palha. Muitas das vezes a mesma pessoa tinha vários ofícios e isso pode se confirmar na família pelos relatos dos descendentes de José Fernandes Ayres, o Trançador-velho, como ele era tratado.
Pois, trançadorianos, não se avexem. O bairro tem história e leva o nome do meu bisavô José Fernandes Ayres, o Trançador-pai, quem possuía um pedaço de terra, na fralda do Morro Caxambu, no ano de 1861, e que hoje leva seu nome. Lá ele construiu sua casa, criou família e onde era também o seu atelier. Ele trançavava excelentes relhos e confeccionava artefatos de couro e para montaria e, assim o local ficou conhecido como "Trançador". José Ayres de Lima seu filho, meu avô, o único que aprendeu o ofício, não se dedicou tanto aos trabalhos artesanais como seu progenitor, e mesmo assim continuou a trazer o apelido do pai: Trançador.
Pois, trançadorianos, não se avexem. O bairro tem história e leva o nome do meu bisavô José Fernandes Ayres, o Trançador-pai, quem possuía um pedaço de terra, na fralda do Morro Caxambu, no ano de 1861, e que hoje leva seu nome. Lá ele construiu sua casa, criou família e onde era também o seu atelier. Ele trançavava excelentes relhos e confeccionava artefatos de couro e para montaria e, assim o local ficou conhecido como "Trançador". José Ayres de Lima seu filho, meu avô, o único que aprendeu o ofício, não se dedicou tanto aos trabalhos artesanais como seu progenitor, e mesmo assim continuou a trazer o apelido do pai: Trançador.
Fonte:
Benicasa, Vladimir - Seleiros e Trancadores. Antigos Ofícios do Sertão do Rio Pardo.
Documento da Camara Municipal de Caxambu
Benicasa, Vladimir - Seleiros e Trancadores. Antigos Ofícios do Sertão do Rio Pardo.
Documento da Camara Municipal de Caxambu
Agradecimentos:
Nossos especiais agradecimentos ao ARQUIVO HISTÓRICO DO EXERCITO (AHEX), DIVISÃO DE HISTÓRIA E ACESSO A INFORMAÇÃO (DHAI), na pessoa do major Ferreira Junior, que prontamente dispôs vários mapas para o nosso Blog.
Olá, tudo bem? Muito interessante a pesquisa sobre a toponímia local. Venho acompanhando as postagens.
ResponderExcluirGostaria de contribuir dizendo que esta planta está disponível no Arquivo Público Mineiro, em arquivo acessível para download.
Abraços
Maria Cristina Azevedo