Vicente Francisco da Luz, filho de Maria Vitória da Conceição (1898-1958) e Sebastião Gomes Francisco da Luz (1892-1951). Tio Vicente perdeu o contato com a família no final dos anos de 1960. Ele não era casado, nem tinha companheira conhecida. Sabemos somente que ele foi para São Paulo em busca de trabalho e desapareceu.
Desaparecidos
De acordo com a Delegacia de Proteção, da Delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, até o final da década de 1990, mais de 200 mil pessoas desaparecem por ano no Brasil, segundo um levantamento feito numa pesquisa da Universidade de Brasília. A subnotificação pode elevar esse número. As razões e circunstâncias dos desaparecimentos são muitas, desde problemas de saúde mental e migração até violência. Não há um cadastro nacional dos desaparecidos para facilitar a procura dos familiares, como um banco de dados com informações de delegacias, hospitais, institutos médicos legais e albergues. O Registro Nacional de Veículos Automotores funciona, e até acham carros roubados no país vizinho, Paraguai, mas e para seres humanos?
Tio Vicente aparecia de vez enquanto e fazia visitas aos seus parentes em Baependi e minha mãe, Arminda Ayres, em Caxambu. Uma das últimas vezes que o vi foi na casa da tia Rosa, em Baependi, no início dos anos de 1970. Ele apresentava algum transtorno mental, via o diabo embaixo da cama, talvez uma esquizofrenia não reconhecida.
Sabíamos que ele morava e trabalhava na cidade de São Paulo, era solteiro e se parecida exatamente como na foto, como eu o conheci, quando desapareceu. Soube pela sobrinha Rosângela Rosa, que ele teria ido para o Paraguai e lá falecera. Hoje resolvi contar sua curta história, sua pequena biografia, uma vida não acabada, uma história de vida não concluída.
Foto:
Arquivo privado da família Ayres
Agradecimentos:
A Julio Jeha, sempre
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