domingo, 30 de outubro de 2016

As Matricarcas da Família Ayres




Algumas matriarcas existiram  na Família Ayres/Rodrigues Freitas/Pereira/Silveira.  Mas o que seria mesmo uma matriarca? O termo "Matriarca" foi cunhado no século XIX no âmbito dos estudos antropológicos, isto é a ciência que estuda o homem e a humanidade, para indicar uma figura da mulher e mãe que assume uma posição dominante num determinado grupo social. Nas sociedades modernas, as matriarcas são geralmente mulheres e já avós que tem um papel predominante, e por vezes despótico, com relação a membros da família.  Elas eram  mulheres fortes e por vezes autoritárias.  E como definiu  muitíssimo bem  Janice Drumont, nossa vizinha de frente, na antiga Rua Quintino Bocaiúva, em Caxambu

"Quase em frente de casa vivia a vó Juruva. Velha, bem velha, de nome Gervásia, cujo "erre" eu  ainda nem conseguia pronunciar, acabou batizada por mim com este nome, que quando eu dizia, todo mundo sabia de quem eu falava. Juruva pra mim significava ser velho, ter muitos rugas e ter o mesmo tanto de rugas que de poder. Era brava, não gostava que a criançada perturbasse, que atrapalhasse as tarefas domésticas, mas com ar sempre disciplinar, fazia muita vista grossa pra aprontando da meninada."


Podemos quase que estender a definição de Janice para as outras matriarcas da família. Severas, mas também generosas com os membros da família.  Elas incorporavam os valores da época, as regras sociais rígidas, o papel da mulher que devia se casar cedo e cuidar da prole e os homens trazer o sustento para dentro de suas casas.  Com o passar do tempo, elas assumiram o comando moral dentro das famílias.  Da vó Gervásia não podemos duvidar. Ela pariu 19, digo 19 crianças! Nem todos os filhos sobreviveram.  O fato já diz sobre o seu "status". Outra matriarca a tia-avó Maria José de Lima, a Mariquinha (foto, ao centro) que teve 12 filhos  e a  tia-avó Anna Ayres de Lima, a Lica, (primeira sentada à esquerda, foto abaixo),que teve nove filhos. Para lembrar, Maria José de Lima perdeu o "Ayres" e adotou o sobrenome do marido, dando origem ao Ramo dos "Rodrigues Freitas".


Todas elas tinham personalidades fortes e comandavam a casa cheia de filhos e netos. Essas mulheres assumiram também a responsabilidade financeira e trabalharam em casa ou  junto aos seus maridos para criarem seus filhos. Gervásia  era rígida na educação moral, principalmente das filhas. Em idade avançada era conselheira dos filhos homens, nas discussões mais acaloradas sobre guerras e revoluções, me contou um dia o tio Samuel Ayres de Lima.  Mariquinha por sua vez, chegou a bater na face de seu filho Romeu Rodrigues Freitas, na rua e na presença de sua mulher Ieda, por ele ter o costume de jogar cartas. Elas não eram fáceis, não, não...

Mas existiu outra matriarca, a Anna Ayres de Lima, a Aninha (segunda ao alto, à esquerda, foto abaixo), filha de Anna Ayres, a Lica, que ao contrario das outras três matriarcas, não era uma fortaleza, pelo menos no que diz respeito à saúde, mas tinha a capacidade aglutinar os membros da  família...


Porém, temos ainda uma das últimas matriarcas na família, uma relíquia para os nossos tempos: Célia Ayres Lima/Araújo. Esta vocês ainda vão ouvir sobre ela...

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