sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Lindberg, o Berg ou Lind como queiram


Time do Crac: Lindberg Ayres o segundo, ao alto, da esquerda para a direita.

Lindbergh, ou melhor Charles Lindbergh, em 20/21 de maio 1927, foi o primeiro homem a atravessar o oceano Atlântico de avião de Nova York a Paris sem fazer parada. Meu pai gostava comentar sobre os feitos de grandes personalidades e quis deixar marcado na família, e por isso deu o nome ao seu único filho de Lindberg dos Santos Ayres. Na verdade Lindbergh é sobrenome, mas foi transformado em primeiro nome. Como brasileiro gosta de encurtar ficou, Berg. Profissionamente seguiu os passos de seu pai, José Ayres e se tornou eletricista na prática vindo depois a trabalhar a Cemig, Centrais Eletricas de Minas Gerais onde se aposentou. Nas horas vagas gostava de jogar futebol e fez parte do time do CRAC, Clube Recreativo Atlético Caxambuense, foto abaixo.
Berg, ou Lind, como também era conhecido casou-se com Neide e fez família.

Os descendentes:
Primeira geração:
Fátima dos Santos Ayres,
Rosangela Ayres,
Luiz Henrique Ayres
Rita de Cassia dos Santos Ayres.

Segunda geração:
Filhos de Fatima Ayres:
Gabriel Ayres, Henrique Ayres,

Filhas de Luiz Henrique Ayres:
Carolina Ayres,
Natalia Matias Ayres
Maria Luiza Ayres.

Filhas de Rosangela dos Santos Ayres.
Eduardo Ayres,
Cintia Ayres,
Carla Ayres,

Terceira geração:
Filha de Natália Ayres:
Alice dos Santos Ayres

Filhos de Carla dos Santos Ayres:
Karla Kauã ,
Gabrieli
Filhos de Eduardo dos Santos Ayres:
Maria Eduarda
Enzo

Lindberg dos Santos Ayres era neto por parte de pai de Gervásia Maria da Conceição e bisneto de José Ayres de Lima, o Trançador-Filho e trisneto de José Fernandes Ayres, o Trançador-Pai, que deu origem ao nome do Bairro Trançador de Caxambu.
Fotos:
Arquivo privado da Família Ayres
Fotos Antigas de Caxambu

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Gervásia Maria da Conceição

Gervásia e sua nora Arminda Ayres, as netas Elizabeth Ayres,
à direita e Angela Lima, à esquerda Araujo à esquerda,
filha de Célia Araujo.

Gervásia Maria da Conceição, nasceu em 30 do mês de setembro e 1881, filha natural de Sabina Maria da Conceição, esta última escrava de João Ferreira Simões, "bem debaixo da Serra da Careta", literalmente, no bairro que hoje se chama Chapeu.
Felizmente Gervásia foi considerada "livre", por ter nascido após a proclamação da Lei do Ventre Livre de 28 de setembro de 1871, que considerava que todo filho de escrava nascido após aquela data seria  um livre cidadão.

Sabina engravidou-se muito cedo de Gervásia, aos 17 anos. No desespero tentou interromper a gravidez indesejada chegando a tomar chá de casco de burro, ou pata de vaca, uma espécie de orquídea que na medicina popular, usado em grande quantidade, pode causar aborto. Mas o tal chá não funcionou e teimosamente Gervásia veio ao mundo num dia em que o céu prometia grande tempestade. Sabina, nos últimos dias de gravidez saiu "como louca" pelos campos afora e desapareceu, como fazem os animais selvagens quando vão ter suas crias. Bem longe dos olhos dos brancos Sabina pariu Gervásia, sozinha, sem apoio nem assistência médica, destino de tantas outras mães escravas. Pouco tempo depois ela reaparece na fazenda um tando descabelada e suja com a pequena Gervásia "embrulhadinha em panos", como relatou minha tia Célia, lembrando do que a sua mãe lhe contara.

 Certidão de batismo de Gervásia e Josino,
filhos de Sabina  

Gervásia foi batizada na Capela do Santo Antonio do Piracicaba, e ungida pelo Reverendo José Silveiro Nogueira da Luz.
As distancias eram grandes entre os povoados e os assentos paroquiais de crianças nascidas em diferentes datas eram feitos a posterior e coletivamente, como o caso dela que nasceu em 1881 e foi registrada juntamente com e seu irmão Josino que nasceu em 1883: "...para contar, faço este assunto retardado, pela demora da entrega da certidão".
No registro esta como "filha natural" e significava que seu pai  não era conhecido, mas descobri posteriormente, após muitas pesquisas e conversas com a tia Célia, a última das testemunhas oculares dos fatos da Família Ayres, que o verdadeiro pai de Gervásia foi Bernardino Lopes de Faria, que cuidava do pequeno plantel de escravos de seu sogro, João Ferreira Simões e quem a batizou, juntamente com Maria Eugenia de Lima, sua esposa (leia na certidão ao lado).

Gervásia teve um terceiro irmão, Eduardo Lopes dos Santos, nascido em dezembro de 1884 e um quarto, Luiz, deste último sabemos que suicidou-se e até o presente não consegui reunir maiores informações. O quinto nasceu em dezembro de 1886 e se chamava Manoel. Este último foi descoberto por mim depois de ter publicado este texto.
Todos os irmãos de Gervásia, Eduardo, Josino, Luiz, Manoel estamos supondo que foram filhos de Bernardino Lopes de Faria, segundo relatos de Tia Célia, que ouvia dizer que eles, os filhos de Bernardino Lopes de Faria "eram parentes longes". Até hoje tia Célia não conseguira identificar quem era quem até eu apresentar os registros da nossa árvore genealógica e fazermos conjuntamente nossas "conclusões" em via... Skype.

Os padrinhos e madrinhas

Para compreender toda história da árvore genealógica da família Ayres e sua gênese, vamos fazer uma pequena análise dos tais "padrinhos e madrinhas". 

Gervásia teve como padrinho de batismo o seu próprio progenitor, Bernardino Lopes de Faria que era filho e Virgolina Balbina de Lima  ,  avó torta de Gervásia por parte de pai e Maria Eugenia de Lima, a madrinha, era na verdade Maria Eugenia Simões, esposa de João Ferreira Simões.

Josino, que tinha o sobrenome de Lopes de Faria e que atendia pelo apelido de "Nego", teve como padrinhos João Ferreira Simões e Virgolina Balbina de Lima

Certidão de Batismo de Eduardo, filho de Sabina
  e irmão de Gervasia
Eduardo de sobrenome Lopes dos Santos teve como padrinhos José Cyriaco de Faria e Sabina Bernardina de Faria, filha de Virgolina Balbina de Lima.

Gervásia teve outros meio-irmãos e irmãs, nascidos da união de Sabina com José Luiz de Castro, conhecido como "Zé do Saco". Foram eles:  José de Castro (1896-?), Maria de Castro (?-?), Alzira de Castro (1904-?) e Sabina de Castro (Diório) (?-?), que tinha o apelido de Tita, de "Pequetita".

Aqui uma observação importante: Muitas das crianças batizadas, recebiam nomes e sobrenomes de seus padrinhos, madrinhas ou seus senhores de escravos, daí a diversidade de sobrenomes dos nossos antepassados, mesmo sendo irmãos.

Recapitulando

João Ferreira Simões era o dono de Sabina mãe de Gervásia. Já a dona Virgolina Balbina de Lima , aqui no blog da Família Ayres biografada, era mãe de Bernardino Lopes de Faria e Sabina Bernadina de Faria. Assim, todos e todas as famílias que moraram na região do Piracicaba tinham relações de parentesco e ou se relacionavam entre si.

A casa grande e a senzala


Gervásia foi registrada com "preta", já seus irmãos Josino e Eduardo como "pardos". Assim as cores no Brasil Colonial se misturaram e casa grande e senzala  mantiveram suas portas abertas para a grande miscigenação. O que aconteceu no Brasil inteiro aconteceu também na nossa família: não fomos exceção à regra. Soube que a bisavó mulata Sabina  era orgulhosa de sua netinha Maria, a tia Maria, que nasceu clara de olhos verdes e possuía de cabelos loiros cacheados. Ela fazia questão de passear com a neta, levada pelas mãos a percorrer as ruas de Caxambu. 


Certidão de casamento de Gervásia Maria da Conceição
com José Ayres de Lima
Gervásia casou-se com José Ayres de Lima, o Trançador em  30 de janeiro de 1897 na Capela de Nossa Senhora dos Remédios em Caxambu, sendo testemunhas, Manoel José de Lima e Camilo Ferreira Junior, o seu tio, filho mais velho de Justiniana sua avó.

Das 19 (!) vezes que Gervásia Maria da Conceição engravidou 10 sobreviveram foram eles:
José Ayres, Mercedes Soler,  Silvio Ayres, Maria Ayres, Luiz Ayres de Lima, Silvia Ayres, Josino Ayres, Palmira Ayres, Samuel Ayres, e Célia Ayres. (foto da direita para a esquerda)


Texto: Solange Ayres
Kreuzau, 6 de dezembro de 2013, Alemanha



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Onde? Onde?


Aqui um mapa geral onde pode se identificar claramente os lugares e lugarejos onde habitaram os nossos antepassados como Baependi, Piracicaba, Chapeu, Aiuruoca, Alagoa, Serra da Careta...
A região pertence ao Parque Estadual da Serra do Papagaio, estado de Minas Gerais, rica em cachoeiras, montanhas, lugar para longas caminhadas, passeios à cavalo ou biscicleta, camping e... uma visita histórica à Piracicaba como eu fiz.