segunda-feira, 26 de junho de 2017

A História Oral, o resgate histórico da Família Ayres/Freitas/Pereira/Silveira



A História Oral é uma metodologia de pesquisa que privilegia os testemunhos não escritos, as fontes não hegemônicas e, ao mesmo tempo, dialoga com a multiplicidade de fontes escritas, materiais, audiovisuais e inclusive as oficiais.
Esta é a definição de História Oral que Bernadette Maria Pereira nos dá no texto, Fonte de Pesquisa Documental em Diálogo com a História Oral.

Na seqüência de fotos, lembramos de Graça Pereira Silveira, nossa pesquisadora, em São José dos Campos e Caxambu, com a ajuda de seu marido Wander Silveira, resgatando a História Oral da família, fazendo importantes descobertas, coletando diversas informações, que solucionaram quebra-cabeças do nosso passado e antepassados.

Fotos:
Graça Pereira Silveira, Nilta Almeida
Acervo privado da Família Ayres/Rodrigues/Pereira/Silveira. 

domingo, 25 de junho de 2017

A vida das Águas de Caxambu / Doutor Cadaval e suas análises



Estamos nós de volta com o Dr Cadaval. Em 28 de marco de 1917, o médico Doutor Cadaval fez um exame químico detalhado das águas de Caxambu,  no "Laboratório de Pesquisas Dr Cadaval"(foto), que foram engarrafadas, em 26 de abril de 1916. Pois o resultado: onze meses depois de engarrafadas, a comprovação: ele as encontrou com... "tanta vitalidade radioativa, como se estivessem sido engarrafadas na véspera!!!", noticiava o jornal O Careta.

Pois terei que desmentir o que escrevi sobre o doutor Cadaval. Em pesquisas recentes, descobri que ele não era português, como no pequeno raikai, que escrevi ha anos, embora encontremos muitos sobrenomes lá do outro lado do Atlantico, e que também a secretaria, a quem me referi, era sua esposa.

Dr José Ribas Cadaval nascido, em 1863, no Rio Grande do Sul, e formado pela Faculdade de Medicina do Rio e Janeiro, foi oficial do Corpo de Saúde da marinha e dedicou-se também ao estudo da ciência aeronáutica. Ele trabalhou de forma voluntária em vários projetos de aerodinâmica, não só no Brasil como no exterior. Cadaval deveria estar de passagem pela cidade, quando se prontificou a fazer a análise química das águas de Caxambu, em 1917, tendo ajuda de sua esposa.

O trabalho parece que foi voluntário e a Empresa, encurtamento para Empresa das Águas de Caxambu, encontrou mais um abnegado que prestou serviço, fazendo uma análise detalhada de suas propriedades químicas, reforçando assim com argumentos científicos os seus benefícios terapêuticos.
  
" O grande valor therapeutico das águas minerais esta consubstanciado nas suas respectivas funções radioactivas e d`ahi o grande interesse em conhecer-se, com precisão, as condições em que os gazes expontâneos radio-activos das AGUAS DE CAXAMBU" se poem em contacto com os elementos do organismo, desequilibrados pela moléstia, produzindo, n`elle, a cura que se procura na hydrotherapia mineral.

D`ahi se intere a magna importância dos estudos e pesquisas que vai ser alisadas pelo Dr. Cadaval nas fontes de Caxambu, a fim de determinar, com precisão mathematica, que lhe dara a magnifica installação physio-chimica que possui, não só a horo-radioactividade das diversas fontes de Caxambu, como também as outras propriedades naturais e constituição intima de suas águas curativas.

Assim é que, o Dr. Cadaval pesquisará não só o valor radioactivo das fontes de Caxambu, como também o seu sistema de - ionisação - e as propriedades -colloidaes - das suas aguas, que representam, na actualidade, a mais importante funcção therapêutica, em todo e qualquer methodo de cura.

Quando os - Colloidaes - das Aguas de Caxambú, estiverem determinados pelos estudos do Dr. Cadaval, certamente que os horizontes terapêuticos da reputada Agua Mineral brasileira, serão ainda mais desenvolvidos e, então, muitas outras applicacoes curativas serão indicadas para as Aguas de Caxambú.

D`esta tentativa, assaz erudita e tão difficil de praticar, advirá um acto de profunda benemerecencia nacional, estudando propriedades curativas desconhecidas nas Aguas brasileiras, e evidentemente, uma seria grande de benefícios para o publico se espalhara de permeio com a boa fama de que gozam já as Aguas de Caxambu."(1)

Os resultados

"... A Horo-radioactividade, - Ponto cryoscopioco, - as suas Constantes magnéticas, - a Tensão superficial das águas, os seu Colloides, - a sua Conductividade eletrica, - os seus Gazes raros, - etc, etc." Assim confirmava que as águas de Caxambu, "quando tomadas nas fontes constituem - um elemento terapêutico de sumo valor, por causa das emanações radioactivas que os doentes respiram no próprio ambiente das Fontes; e quando tomadas engarrafadas, constituem um poderoso "dymanisador vital" de grande poder energético - sendo, por isso, soberanas como Águas de mesa." (2)
Que mais podemos dizer? O doutor Cadaval estava certo.

A foto, o jogo dos sete erros

Duas curiosas fotos, quase idênticas, feitas no seu laboratório. Quase. Compare-as e vejam as diferenças. Agora perguntamos: - Onde teria o Dr. Cadaval feito as análises das nossas águas? Em um laboratório, no Rio de Janeiro, ou no próprio Parque das Águas, em Caxambu? Alguém aí pode enumerar os objetos nas diferentes cenas?

Foto: 
Arquivo da Camara Municipal de Caxambu
Fonte: 
Primeiros Passos. Aviação Naval Brasileira
(1)(2) Jornal, O Careta, 1917.

sábado, 24 de junho de 2017

O parque de Caxambu e a galinha com seus 12 ovos de ouro




Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua galinha tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:
_ Veja! Estamos ricos! 
Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço. 
Na manhã seguinte, a galinha tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço.
E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. 
Até que pensou: 
"Se esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!" 
Matou a galinha e ficou admirado pois, por dentro, a galinha era igual a qualquer outra.

Assim como a ambição do fazendeiro, um perfeito paralelo com a história do Parque das Águas e suas fontes e a luta pela sua preservação. Uma explicação simples assim.
Foto:
Haroldo Kennedy
Texto: da net.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Caxambu, uma das primeiras cidades planejadas do Brasil





A primeira cidade planejada no Brasil datada de 1549 foi Salvador, a capital da Bahia, fundada por Tomé de Souza, o primeiro governador geral do Brasil. Ela foi erguida baseada no traçado geométrico  do arquiteto  encarregado da Coroa portuguesa, Luis Dias. Niterói, no Rio de Janeiro, também é considerada pelos urbanistas como uma das primeiras cidades planejadas. Ela tinha um plano desenhado por Arnaud Pallière, em 1818, para urbanização da Vila Real da Praia,  nome da hoje, Niterói. Seguem-se então as cidades de Teresina, no Pauí, em 1852, projetada por José Antonio Saraiva e João Isidoro Franca, depois vem Aracaju, no estado de Sergipe, planejada pelo engenheiro Sebastião José Basilio Pirro, em 1855, e  Belo Horizonte,  capital das Minas Gerais, projetada por Aarão Reis, em 1897. Caxambu...

Caxambu e seus planos diretores

Ei! Mas Caxambu não tinha já uma planta? Sim, ela foi desenhada, em 13 de dezembro de 1873, "segundo dados fornecidos pelo Coronel Joaquim José Fulgêncio de Castro", para as "Aguas Virtuosas de Baependi", por José Theodoro da Fonseca Silvares,  no mesmo ano que Fulgêncio publicou o Guia para uma viagem ás águas medicinais de Caxambu
Silvares foi correspondente da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro (1883-1909), formada por políticos e intelectuais da Corte Imperial, e tinha como objetivo sistematizar os conhecimentos geográficos disponíveis.

Pois então o planejamento de nossa cidade é anterior ao da hoje capital mineira, Belo Horizonte. Uma sensação!  Estes registros cartográficos aqui publicados foram fornecidos pelo Arquivo do Exército para o Blog da Família Ayres, em 2016.

Ha outro mapa, sem data, provavelmente, desenhado pelo engenheiro J. A Barbosa entre os anos de 1861 e 1865, anterior ao de 1873, pois ha muitos elementos se diferenciam do plano acima. Então a cidade escreve mais uma vez um capítulo na história das cidades planejadas deste Brasil. Caxambu à frente do seu tempo.


Agradecimentos:
Nossos especiais agradecimentos ao ARQUIVO HISTÓRICO DO EXERCITO (AHEX), DIVISÃO  DE HISTÓRIA E ACESSO A INFORMAÇÃO (DHAI), na pessoa do major Ferreira Junior, que prontamente dispôs vários mapas para o nosso Blog.

Fonte:
Wikipedia
Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro

sábado, 17 de junho de 2017

Luiza na fonte / Aos nossos antepassados, ao nosso futuro



Nada mais simbólico que a foto de Luiza Belculfine bebendo água na fonte do Parque das Águas de Caxambu. Aos nossos antepassados, que trabalharam para e pelas águas do Parque, ao nosso futuro. Luiza, gostaríamos que você e muitas outras gerações continuem a beber estas maravilhosas águas, assim na fonte, estendendo as mãos, como fizeram os nossos antepassados. Pela linha matriarcal: Luiza Belculfine, filha de Fernanda Belcufine, filha de Geralda Silva, a Daza, filha de Geralda Rodrigues/Freitas/Pereira (1908-1952), filha de Maria José Ayres de Lima/Rodrigues Freitas, vó Mariquinha (1881-1946), filha de Maria Ribeiro de Souza Lima (1841-1903), filha de Joana Thereza Ribeiro de Lima (1807-1860). 
Foto:
Arquivo privado da Família Rodrigues Freitas/Pereira/Silva, via Facebook.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Água, aquáticos, enganaquáticos



Água pela manhãzinha,
logo que desponta a aurora; 
águas depois do sol fora,
aguas até a tardinha!
e mais aguas por mezinha
se bebem antes da cea.
Enfim, ninguém faz idéia, 
nem pode somar as pipas
d`aguas passadas em tripas!..
muito se bebe e passea! (1)

Água

H2O. Duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio, elemento fundamental para o surgimento da vida na terra... Na terra das Águas Virtuosas de Caxambu. Sem suas águas Caxambu não existiria e seria somente nome esquecido de uma fazenda ao longo do ribeirão Bengo, pelos idos de 1790. Elas foram a principal razão pela quais inúmeros visitantes acudiam à cidade. As águas ajudaram a curar doenças e salvou a Princesa Isabel da infertilidade. Com sua fama espalhou o nome da cidade para o mundo. 

Aquáticos


Aquáticos... no caso, não palmípedes...
Tem cálculos biliares, mal de hepáticos...
Foram buscar remédio - pobres bípedes! -
No jogo... não nas aguas... São "aquáticos"...

E por jogo de amor, ou por amor ao jogo,
Lá se deixam ficar, dois e três meses...
Ferve o Casino. As "aguas"... pegam fogo...
Ha potins novos-ricos e burgueses.

E, mesmo o que perdeu no pano-verde,
Nem por isso voltou mais jururu.
Nas Aguas é assim: mesmo o que perde,
Volta mais lambary, de Caxambú. (3)

O conceito de "aquáticos" esteve sempre associado às aves que habitavam próximos a água. Mas a palavra era usada correntemente para denominar aqueles que vinham à Caxambu fazer uso de suas águas em tratamentos terapêuticos. A primeira referencia da palavra"aquático" consta no livro de Joaquim José Fulgêncio de CastroGuia para uma Viagem às Aguas Medicinais de Caxambu Província de Minas Gerais, publicado, em 1873, o primeiro livro sobre a cidade e que dava uma descrição sobre a povoação de Caxambu.

Não sabemos a partir de que data os visitantes das outras cidades, como CambuquiraLambari, São LourençoPoços de Caldas, que também possuíam fontes, foram denominados de "Aquáticos". A palavra foi citada pela primeira vez no jornal O Baependiano, de 1879, no título da comédia Atribulações de um aquático, e em 1881, em uma  encenação de teatro e inicia assim sua definição:

(Nicolau) -Mas me diga uma cousa; quem é esta gente que aqui esta?
(Manoel)  - São  uns Aquáticos que...
(Nicolau) - O que?!
(Manoel) - São uns Aquáticos que vão ao Caxambú.
(Nicolau) - Aquáticos?!
(Manoel) - Sim senhor! Chamao-se Aquáticos as pessoas que vão tomar as águas do Caxambu.
(Nicolau) - Então eu que também vou tomar as águas, vou também tornar-me aquático como qualquer pato ou marreco?!
(Manoel)  - Se vai tomar as águas é Aquático; isto é que não tem dúvida alguma.

Henrique Monat em seu livro "Caxambu" editado, em 1894, também dá sua versão para a origem do "Aquático".

"Apesar dos esforços da antiga empresa e da actual, o solo parece apenas batida, o nivelamento é incompleto, e isso facilita as estagnações, quando por uma causa qualquer, os esgotos sofrem um embaraço. Transforma-se então o parque em extenso lamaçal; foi contemplando um dia o parque assim inundado e lembrando-me do imenso pântano, que outrora cobriu todo aquele sitio, que compreendi por que se chamava aquáticos às pessoas que frequentam as fontes; sempre me repugnou a deitar, para justificar o termo, a circunstancia de beber-se aguas medicinais.
Na verdade é que em Saint Amand chamam-se lamacentos (boieux) aos que tomam os banho de lama sulfurosa.  Com certeza, o termo aquático veio da comparação, que se fazia, do indivíduo que ia às fontes, atravez do atoleiro e da água estagnada, com os patos e demais aquáticos que ahi viviam."

E não se esqueçam! O aquático mais famoso, um dos primeiros a fazer propaganda do poder curativo de nossas águas, foi o Padre Correia de Almeida.

Aquáticos de Caxambu
Os diversos tipos de Aquáticos

O Baependino, de 1886, continua nos proporcionando histórias e dando suas impressões sobre os diversos "aquáticos" que povoavam as estações de veraneio, nas diversas cidades sulmineiras.

"Gazosas, sulfurosas, férreas, magnesiannas, todas tem fregueses. Os Aquáticos em Lambary distinguem-se pelo gorro e o grande cacete em punho. A ideia de copo onde-tem de beber o precioso liquido não lhes preocupa o espírito, porque sabem que junto à fonte encontraram dous  Ganimedes com as respectivas taxas, prontos a servi-los, mediante um ligeiro pour-boire.

Os Aquáticos de Caxambu salienta-se pelo clássico chapéu de linho branco, industrial do logar, e pelo copo que trazem, presos por cordões a tiracolo, ou balançando-o a guia de pêndulo. Os mais elegantes penduram o copinho na ponta da bengala, e lá vai para as fontes, como se partissem para uma pescaria."

No decorrer dos tempos e as possibilidades de locomoção de carro os Aquáticos  se visitavam mutualmente e se misturavam no seu visual. Os de São Lourenço vinham à Caxambu, os de Lambari e Cambuquira iam a São Lourenço e vice-versa, e assim quebrava-se a rotina das estações, nas Águas Virtuosas.

Aquáticos de São Lourenço em visita a Lambary

O último trem dos aquáticos

A terminologia foi muito usada no final do século passado e início do século XX, mas caiu em desuso até desaparecer por completo dos jornais, nos anos de 1940/50. No Jornal O Patriota foi citado somente duas vezes, uma vez em 1927 e outra em 1947. A revista O Cruzeiro 1932, 37, 44, e a partir dos aos 50 a palavra estaria associada ao esportes e não mais os que vinham a Caxambu como turistas. Uma penúltima referencia foi feita pela no Jornal da Manhã  do Rio de Janeiro, em 1952: "O trem dos aquáticos", para aqueles que iam em direção ao sul de Minas fazer suas estações de veraneio.  A última citação da palavra foi no conto "A lua caiu", na  revista O cruzeiro de 1962. A palavra sumiu definitivamente  do noticiário, mas os veranistas não.

Enganaquático


E para completar a história da nomenclatura, agora o Enganaquático, um biscoito muito leve de polvilho, comprado pelos turistas, quando ainda era muito cedo para almoçar ou jantar. O biscoitinho em forma redonda era feito na  única padaria da cidade e  tinha como finalidade "enganar" o estômago  dos veranistas, digo, "aquáticos" entres as refeições. Com a fusão das palavras ficou "biscoito enganaquático". Assim o nome esta até hoje na memória e ainda hoje podem ser comprados na cidade, em outra padaria que faz a mesma receita, como patrimônio daquela época.

Todas as sextas feiras, quando meu pai regressava do trabalho, passava na padaria do seu Gabriel e da Dona Boneca e comprava um saco enorme daqueles maravilhosos biscoitos, que sumiam em nossa boca, em poucos minutos. Os biscoitos da foto foram fotografados por Graça Pereira Silveira,  numa de suas estadas na cidade. São recordações dos tempos memoráveis, quando a povoação era ainda chamada Águas Virtuosas de Caxambu. As águas? Continuam virtuosas.

Despedida de Caxambu

Vou me embora, satisfeito
D`estas aguas virtuosas, 
Que para curar meu peito
Não são assaz poderosas; 
Contudo, me diverti
Com aquáticos por ahi
E aquáticas formosas (2)

Fotos: 
Revista Fon-Fon
Biscoitos enganaquáticos de Caxambu por Graça Pereira Silveira, 2016.
Fonte: 
(1) Manoel de Almeida Coelho Margarida, em O Baependiano, 1885.
(2) A volta dos "Aquáticos" por Mr. Darlino, em O Careta, 1925
(3) Jornal O Baependiano
Castro, Coronel Fulgêncio - Guia para uma viagem às AGUAS SDE CAXAMBU PROVÍNCIA DE MINAS GERAIS - Acompanhada de uma BREVE NOTICIA Sobre a povoação, Rio de Janeiro, 1873.

sábado, 10 de junho de 2017

Festival de Cinema de Caxambu de 1956/ O festival com cinco "Cs": Caxambu, Cinema, Churrasco, Consagração, Camaradagem



E no ano de 1956 aconteceu. Caxambu foi escolhida para sediar a 5a Semana do Cinema Brasileiro,  organizada pelo departamento de Turismo e Propaganda, e bem dito no Jornal Vida Doméstica, o festival com cinco "Cs": Caxambu, Cinema, Churrasco, Consagração e Camaradagem e.. Chique, acrescentaríamos. A idéia da cidade sediar o evento nasceu de uma sugestão dada ao vivo, na Radio Nacional, por Adolfo Cruz, radialista e crítico de cinema, no programa especializado "Cinelândia Matinal". Ele foi também o responsável pela programação feita em parceria com a prefeitura de Caxambu e os hotéis. Todos com um objetivo: promover o cinema nacional e claro, a bela  hidrópolis Caxambu.
Uma maratona de eventos
Dia 20 de Abril, sexta feira
Recepção no Rancho das Acácias

O programa foi intenso. Diversas solenidades foram organizadas: Na sexta feira dia 20 de abril , às 18 horas chegou a Caxambu o ônibus trazendo a constelação de astros e estrelas do cinema nacional, além de representantes do Rádio, mais os repórteres de vários jornais de peso da época. A recepção? No Rancho das Acácias, uma espécie de boate, hoje chamaríamos de discoteca, localizado debaixo de um grande arvoredo, indo em direção à rodovia "Federal", para São Lourenço, lugar este "malafamadésimo" na minha infância. O prédio não existe mais e era considerado "um lugar da perdição", por meu pai. Lugar da perdição ou não foi onde oferecido o coquetel de boas vindas àquele povo todo, pelo proprietário Mario Julio dos Santos. A chave da cidade foi entregue pelo prefeito municipal Paulo Levenhagem Melo à  atriz Gilda de Abreu , e como no carnaval, quando a chave é entregue ao Rei Momo, os astros e estrelas agora tinham passe livre para se divertirem e proporcionar diversão à cidade. Na constelação também veio Jece Valadão, protagonista de "Rio 40 Graus", Maria Rubia, estrela não só do cinema como do teatro, Catalano, ator que fez parte do elenco de "Genival é de Morte", o galã  Anselmo Duarte, a "pop star" da época Marlene, atriz e cantora da Radio NacionalWilson Grey, Adelaide Chiozzo, Vicente Celestino, Gilda Abreu, Margot Morel.

Parece que a chegada dos artistas foi mesmo "triunfal" e estavam presentes "todas as garotas disponíveis de Caxambu", comentou um jornal (1). Imaginem! Escreveu o Jornal da Noite: "O foguetório comeu solto. Músicas bem escolhidas e variados salgadinhos juntamente com bebidas bem geladas aguardavam os artistas nacionais, componentes da primeira caravana, que daí a poucos minutos tudo devorou sob as vistas do prefeito Paulo Melo e do seu povo bom e hospitaleiro." O resto da tarde e noite foi o tempo de todos se acomodarem nos luxuosos hotéis da cidade, continuarem a tomar os seus drinks e se preparem para a "dura" jornada no fim de semana.

Dia 21 de Abril, sábado


Para quem não acordou cedo e  perdeu a visita às 9:00 horas, na Escola Agrícola Wenceslau Brás, o antigo Patronato; sim, sim, aquele prédio ali hoje abandonado estava no programa de visitas dos astros, foi direto para o Parque das Águas de Caxambu. Às 10:00 horas, realizariam algumas competições, digamos, "curiosas" para o evento, mas não menos divertidas: Uma corrida de sacos animou a manhã  dos artistas que não se fizeram de rogados. Muitos caíram na água, nas competicoes de 50 metros.  Na foto 1, um panorama geral da piscina, na n°2 Marlene, n° 3 Margot Morel, n° 4, Adeleide Chiozzo e Lurdes Maya em desabalada correria à beira da piscina.

Às 16 horas do sabadão, aconteceu o rodeio e Tourada na Exposição Agro-Pecuária, localizada no espaço à esquerda de quem vai em direção à Baependi. Tomaram parte da atração os mais renomados peões da região e... Os artistas! Mara Rubia corajosa apeou no cavalo (foto ao alto). A atriz conquistou de fato a simpatia do povo caxambuense e foi muito ovacionada. Pudera. Qual dos atores tiveram a coragem de subir num cavalo nesse dia? Nenhum. Do Anselmo Duarte ouviu-se: "Eu heim!"


A programação continuou às 20:30 horas no Teatro do C.R.A.C, sim, sim, naquele prédio central onde hoje é um supermercado. A peça  apresentada "Os Transviados" de Amaral Gurgel, foi encenada pelos artistas amadores do Corpo Cênico, com  presença da atriz caxambuense e conhecida na cidade como "Mericana", (foto 1 a primeira à esquerda, seguida da atriz Adelaide Chiotto, no chic casaco de pele). No intervalo entre os atos, as estrelas e artistas presentes  também subiram ao palco (fotos 1 e 3 Mara Rubia, Agnes Fontoura e Adelaide Chiozzo), e foram aclamados pelo público. Ah, digo a vocês, Caxambu teve diversão e arte.
Estámos falando de cinema, ou? Pois adiante. A programação seguiu. Às 23 horas aconteceu o show dos artistas na Boate do Cassino Gloria, com a presença de todo o estrelato, e Adelaide Chiozzo no seu acordeom e Carlos Matos na Guitarra.

Dia 22 de Abril, domingo
Todos queriam morder a carne de Mara Rubia


Haja fôlego! Acorda gente! No domingo, às 10 horas da matina, não sabemos se todos compareceram, mas teve missa cantada na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios, celebrada pelo reverendo Padre Joel Pinheiro Borges. E para aqueles que perderam a missa e levantaram às 12 horas, o programa era ir comer churrasco no Bairro Jardim Belvedere, oferecido pelo casal José Vieira Machado. Mara Rubia foi novamente a estrela do espetáculo e pareceu  muito divertida, e em outra cena, dois queriam tirar um naco carne da atriz... (1). Já Jece Valadão  provou a carne em outro "espeto" e gostou. Ninguém protestou que a cerveja foi servida em... Copinhos descartáveis de plástico.

E quem sobreviveu ao churrasco, pinga, cerveja e outras bebidas ainda mais fortes, foi participar da Seção de Gala no Cinema de Caxambu às 20:30 horas, com, claro, a presença dos astros e estrelas ao vivo. Na seção em "avant première": "Lenora dos Sete Mares".  

E para aqueles que não dormiram no escuro do cinema de cansaço, tiveram que ter fôlego para a última programação do dia: O Baile, na Boate do Hotel Glória, que teve início oficialmente às 22 horas. Caxambu estava em alvoroço. Na penúltima grande noite brilharam outros como Rodolfo Mayer, sua esposa Lourdes Mayer e Marlene protagonistas do filme "Leonora dos Sete Mares".

Ébrio

Antes do show da noite começar, ecom um público ainda  sóbrio, houve leilão beneficente em prol do orfanato da cidade e Mara Rubia e Avany foram convidadas para arrecadarem o dinheiro. E elas fizeram valer de todos os "recursos femininos" para a nobre causa. Um beijo de Mara Rubia custou 6 mil cruzeiros ao Caruso.

Às 23 horas aconteceu o show dos artistas. Alguns deles se deixaram esperar e só começariam a chegar, por volta da meia noite.  Na porta do Cassino, acotovelavam-se aqueles que não conseguiram reservar uma mesa, e mesmo pagando a entrada, tiveram que ficar em pé, na frente da boate, para não perder o espetáculo. Ébrios com certeza já estavam todos, quando o baile terminou, às 4 da manha. E foi Vicente Celestino que elevou sua voz para cantar... "O ébrio", provocando entusiásticos aplausos do público. Adelaide Chiozzo   atacou no cordeom e seu marido Carlos Matos na guitarra, fizeram e aconteceram, improvisara e... Arrasaram.  Marlene cantou e sambou, versos foram recitados, cenas de peças foram encenadas. Foi um "show" à parte. O festival era de cinema, mas os artistas não se fizeram de rogados e apresentarem suas versatibilidades ao vivo.

Uma constelação de astros estrelas ao alcance das mãos




Os organizadores ficaram muito satisfeitos com o andamento e organização do evento e fizeram um balanço positivo, principalmente da participação dos caxambuenses. Ao contrário da cidade de Petrópolis que ignorou por completo o evento, o de Caxambu foi um sucesso total de público. Não por menos. Houveram  sessões de cinema ao ar livre, patrocinado pela Embaixada dos Estados Unidos (sic) e os artistas eram para serem, não somente vistos, mas tocados. Nas fotos, Agnes Fontoura, no colo do vaqueiro e Mara Rubia, num segundo antes de ser beijada, e Catalano, sendo mimado pelas funcionarias do balneário.

Os gafanhotos

Os caçadores de autógrafos não deram sossego aos astros e foi o termômetro da aceitação popular. Assim definiu o Jornal das Moças: "Os caçadores de autógrafos surgiram como praga de gafanhotos. Para colher assinaturas utilizavam-se de livros, cédulas, cartões, caixinhas de fósforos de propaganda, etc." Ainda bem que a praga de gafanhotos atacou os artistas. Se não fosse assim eles não seriam artistas e não estariam lá para divulgar os seus trabalhos. Ossos do ofício. Mas os astros e estrelas deixaram-se cativar pela recepitividade do povo caxambuense. Quem iria não deixar de gostar de Adelaide Chiozzo, que subiu num caminhão e deu um show de acordeom, em praça pública, assim, assim de improviso? Ah, ela também visitou o orfanato da cidade e lá também o seu acordeom pode ser ouvido. Não foi o máximo? Vejam no filme Adelaide Chiozzo e seu acordeom, bem como o gala Anselmo Duarte no filme "Aviso aos navegantes", produzido na fábrica de sonhos brasileira, a Atlantida.

Dia 23 de Abril, segunda feira

Ainda na segunda a programação do Festival de Cinema continuou com a chegada de outros artistas, agora com o elenco do "Lenora dos Sete Mares", para a última seção de cinema.

E às 11:00 horas da manhã,  ou da noite para muitos que vararam até a madrugada na festa,  partiu parte da caravana de artistas rumo ao Rio de Janeiro. Uns foram de ônibus, outros de avião, pois muitos dos artistas tinham ainda compromissos com as temporadas de teatro.

Às 14:00 horas  houve Matinê! E às 20:30 horas, com os olhos ainda semi-abertos o público pode comparecer  à última Seção de Gala, no Cinema de Caxambu, com "avant premiere" do filme "Fuzileiro do Amor", com Mazzaropi. Ele estava ausente no festival, mas veio a bela atriz Margot Morel, a considerada rainha do mambo havaiano. Ela paralisou  os fuzileiros. Não percam o vídeo abaixo!


Às 22:00 horas o "grande finale", o Baile de despedida, na boate Cassino Glória. A última apresentação ficou por conta de Mara RubiaMarleneDelfinoWilson ViannaLourdes e Rodolfo Mayer, este último atendendo a pedidos da platéia, fez uma pequena encenação de improviso de "As Mãos s de Eurídice". O público veio abaixo.

Crítica: Os desocupados da Cinelandia

Até aquela data, 1956, foram organizadas 5 versões da "Semana do Cinema Brasileiro", em diferentes cidades. Foram elas: Belo HorizonteBahiaVitóriaQuitandinha, em Petrópolis e... Caxambu. Quem protestou e criticou o festival foi o Sindicado dos Artistas, porque eles queriam ter o monopólio de organizar festivais. Elas foram publicadas no Mundo Ilustrado:

"O Sr Adolfo Cruz, periquito da Radio Nacional, levou 40 contos do prefeito de Caxambu para realizar um festival de cinema de Caxambu, um festival de cinema de asfalto, ou seja, de desocupados da Cinelândia". E continuava: "O único elemento sério do "bando" era o humorista Leon Eliachar, que, mesmo convidado oficial e não se calou a respeito do ridículo que foram os dois dias de baderna. O prefeito de Caxambu que era o explorador do jogo do Cassino arranjou essa "marmelada" como atração turística." Ai!

Balanço final

Sem nenhum incidente grave ou escândalo o 5° Festival de Cinema de Caxambu ia encerrando sua programação, noticiava a Revista da Semana. Até o tempo ajudou e puderam tomar sorvete a 10° graus de uma sorveteria, cujo o dono era um holandês, e que fazia, segundo eles, os melhores sorvetes, melhores que a lanchonete Bob de Copacabana.
Na despedida final  da cidade, o ônibus que levava a constelação artistas de volta ao Rio, percorreu a cidade, e os caxambuenses puderam despedir de seus ídolos. E para fechar este texto, tomo emprestado os comentários da Revista da Semana:

"E assim transcorreram os quatro dias da 5a Semaninha do Cinema Brasileiro, sem complexos, sem desavenças, com alguns pára-quedistas (que não eram jornalistas nem pertenciam a qualquer atividade do cinema), sem nenhum contratempo. Nem sequer, houve as anunciadas mesas-redondas para discutir os problemas da indústria, e onde nada se aproveita. A turma foi para se divertir. E fazer propaganda do cinema brasileiro. Foi melhor a propaganda do Festival que a de muitos filmes nacionais..."
E foi.

Filmes:
Fuzileiro do amor, com o ator Mazarropi, Wilson Grey, Carlos Duval Grijó Sobrinho, Pedro dias, Margot Morel, sob a direção de Eurides Ramos e producao de Alipio Ramos,  para Cinelandia Filmes
Leonora dos Sete Mares, dirigido por Carlos Hugo Christiensen, com Arturo De Cordove, Rodolfo Mayer, susana Freyre, Henriette Morinnau, Heloisa Helena, Adriana Reis, Anilza Leoni, Luiz Otero, Arnando Montel, Osvaldo Louzada, Lobenca, Claudiano Filho, Jardim Filho, produzido pelo "Artistas Associados".  
Fonte: 
(1) Jornal da Noite
Jornal do Brasil, 1950-1959
Jornal das Moças 
Revista da Semana,
Revista do Radio
Fotos:
(3) Alberto Ferreira, in Revista da Semana, RJ

domingo, 4 de junho de 2017

Blog atual/ Presença de Graça Pereira Silveira no Fórum das Águas, em Caxambu


Graça Pereira Silveira, um membro a Família Ayres/Pereira/Silveira veio de longe, São José dos Campos, São Paulo e se fez presente no Fórum de Discussão  sobre a Gestão Sustentável do Parque das Águas/Dessfios e Alternativas Jurídico-Institucionais, realizado no dia 3 de junho de 2017, em Caxambu. Não falamos por todos os membros da família, mas lembramos que a história desta cidade esta intimamente ligada às origens de nossa família. Nossos pais, avós, bisavós trabalharam pela cidade e pelo Parque das Águas. Assim, mesmo que de longe, todos estamos preocupados com os destinos deste patrimônio, não só histórico, mas patrimônio da humanidade que são as águas.
Família Ayres: Ontem, hoje e sempre. Presente!
Foto: 
Graça Pereira Silveira

sábado, 3 de junho de 2017

A nossa Ninfa representante das Águas de Caxambu na Exposição do Centenário da Independência de 1922


E lá estavam elas, as nossas águas no seu devido lugar: num palácio, Palácio das Grandes Industrias, no Rio de Janeiro. Elas participaram da exposição em comemoração do Centenário da Independência do Brasil, realizada no governo de Epitácio Pessoa e que aconteceu entre setembro de 1922 e março de 1923. Foi a maior exposição internacional realizada até hoje em terras brasileiras.

Ao todo participaram da exposição 14 países e as nossas águas novamente foram expostas para o mundo juntamente com os produtos da Argentina, America do Norte, Bélgica, Dinamarca, França, Inglaterra, Itália, Mexico, Japão, Noruega, Suécia e Tcheco-Eslováquia.  O Brasil teve 6.013 expositores, representando os estados da federação. Minas compareceu com 1.075 expositores. Três milhões pessoas passaram pelos estantes que ficavam abertos até às 22 horas.

A exposição foi dividida em pavilhões: Administração, Alimentação, Estatística, Agricultura e Viação, das Pequenas Indústrias, das Grande Indústrias, Caça a e Pesca, Cervejaria Antártica, Jóias, e um em Honra de Portugal. Ah, esqueci de dizer que tinha também um Pavilhão das Festas. E... era festa todo dia! Em diversos pontos da Exposição realizavam concertos, bailes, danças, exibição de filmes e a noite espetáculos de fogos de artifício. Como a Exposição foi até fevereiro, não faltaram comemorações carnavalescas à moda dos anos 20, com batalhas de confete e serpentina, corsos, passeadas e alegorias.


A exposição tinha do leve ao pesado (fotos cima). O carro decorado pela Floricultura de Barbacena, que ganhou medalha de ouro no corso realizado durante feira, e a gigantesca hélice de um navio, fabricado nos estaleiros do Rio. O Leite Moça  fez sua aparição no "Chalé Moça" e esta aí até hoje nas prateleiras dos supermercados.  Concorrência por concorrência o Elixir de Inhame Goulart ganhou medalha com o slogan:  "Depura o sangue". As nossas águas fariam o mesmo efeito. Os produtores se enfeitaram posteriormente com os títulos ganhos e que eram a melhor propaganda para seus produtos. Mas não acreditamos muito  na veracidade da Academia Scientítifica da Beleza, que foi agraciada com o Grande Premio na exposição. Eles prometiam... reduzir ou aumentar os seios em 3 seções de tratamento. E por correspondência! Eram ainda os velhos tempos, ah eram.

A nossa água ficou hospedada no Pavilhão das Grandes Indústrias. O prédio abrigava o antigo Arsenal de Guerra e foi restaurado para se transformar em área de 9.500m de exposição. Ele foi projetado pelos arquitetos Archimedes Memória e F. Cuchet. O Estande da Empresa das Águas estava uma uva! Decorado com a Ninfa e uma gráfico da venda de nossas águas. As estatísticas contavam 6 milhões de garrafas vendidas anualmente!

Estatísticas? Poucos se interessavam por elas, menos ainda a imprensa, que na maioria  noticiava as festas, os banquetes em homenagem a fulano e sicrano. O verdadeiro sentido da Feira foi esquecido, isto é, os expositores e seus produtos, bem como quem ganhou o que, em qual categoria.  Faltou objetividade. Pouco ficamos sabendo o que realmente foi mostrado na feira, a não ser sobre as delegações estrangeiras que tiveram destaque nos noticiários. Minas ficou muito bem posicionada. Seus produtos foram agraciados com 886 prêmios, à frente de São Paulo, com 579 e Bahia, 437. Ninguém, ficou sabendo, muito menos em Minas.

E nas nossas barbas...

E debaixo de nossas barbas receberam o Grand Prix, isto é, o Grande Premio, a água de "Luso"; e a "Vidago", da fonte Salus que ficou com a medalha de ouro. Todas duas de... Portugal. As nossas?

Ninfa ausente



Agora uma dúvida. Foi a nossa Ninfa "pessoalmente" lá, digo, a retiraram do Parque das Águas, ou fizeram uma cópia e colocaram no estande da Empresa, na feira? Pelo menos, para o seu pedestal, tentaram reproduzir o estilo da Cascata de Chico Cascateiro. Ah, talvez ela tenha aproveitando a estadia na cidade maravilhosa até que ficasse pronto o laguinho, onde hoje ela se encontra.


Fonte:
A Exposição de 1922 (RJ)- 1922a 1923
Ilustração Brasileira 1901-1958
Relatório dos Presidente dos Estados Brasileiros (MG) 1891-1930.
Ilustração portuguesa Edição Semanal "O Século"
Jornal do Comércio, 1923.
Fotos:
Careta, RJ, 1922
Arquivo privado