Na foto, Raul de Sá, no centro, Wenceslau Brás à direita, de terno escuro; abaixo à direita, seus filhos em frente ao palacete, 1918. |
Família Ayres /Histórias e Memórias das cidades de Caxambu e Baependi
Eu desminto. Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram,mas pela astúcia que tem certas coisas passadas. Guimarães Rosa, Grande Sertão-Veredas
terça-feira, 12 de março de 2024
Villa Julia/ Se as casas contassem... /Os tempos de glamour e glória/ Um palacete em Caxambu onde se hospedou o presidente Wenceslau Bras, em 1918.
domingo, 25 de fevereiro de 2024
Caxambu Policial/ Martinho Candido Viera Licio/ Um delegado de policia com cravo de flor (de verdade) na lapela
Em 1910 era secretário do então Ginásio de Caxambu e, em 1916, na administração do dr Polycarpo de Magalhães Viotti constava como escrivão civil, além de ocupar a cadeira de inspetor escolar na "instrução pública", quando regiam as professoras Alice Andrade, Argea Castilho, Elisa Nogueira de Andrade e Leovegilda Castilho. Timão!
Martinho Lício, com a patente de coronel, foi fotografado com seus ajudantes para a revista Fon-Fon em 1922. Podemos supor que a ligeira sombra branca da foto pode ser o cravo a que minha tia Célia se referiu.
Faleceu aos 72 anos de idade, na residência de seu filho, Martinho Cândido dos Santos, no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1937, em consequência de uma nefrite crônica. Foi velado no Grupo Escolar Padre Correia de Almeida (foto ao alto) onde os caxambuenses lhe prestaram as últimas homenagens.
Foto:Almak Laemmert Administrativo, Mercantil e Industrial, RJ, 1891-1940
domingo, 4 de fevereiro de 2024
O fantasma do comunismo rondava Baependi em... 1879?
segunda-feira, 25 de dezembro de 2023
As lembranças e afetos tem nomes e gostos…
quinta-feira, 14 de dezembro de 2023
Lindenberg dos Santos Ayres/ Lindi ou Berg e seu time no Crac.
domingo, 19 de novembro de 2023
Matadouro de Caxambu - Roteiro divertido na infancia, que virou Bairro Santa Rita
Em 1887 parece que já era costume as crianças assistirem a... "matança", e alguns condenaram o "espetáculo pouco próprio para se exibir à vista de uma população, principalmente crianças, que assim cedo se habituam à crueldade", noticiava o Jornal O Baependiano. Parece que os animais eram sacrificados clandestinos, fora do matadouro Municipal. Mas se o jornal condenava a presença das crianças no sacrifício dos animais em casas privadas, nada fazia para evitar o espetáculo no Matadouro da cidade.
Na década de 1960 o espetáculo era grátis. Claro que não havia condições de por cortina no Matadouro e assim as crianças como eu podiam assistir o horrendo espetáculo sem censura.
Por mais de uma vez, Janice Drumont, a vizinha de frente lá da antiga Rua Quintino Bocaiuva, relata suas lembranças de infância para o nosso Blog, onde tudo era aventura, mesmo as cenas mais macabras produzidas pelo antigo Matadouro de Caxambu de onde provinha a matéria prima , o couro, empregado pelos nossos avôs José Ayres de Lima e bisavô Jose Fernandes Ayres, no seu trabalho como Trançadores.
"Dava para ver nos olhos das vacas"
A Janice, que tem sempre colaborado com o Blog da Família Ayres. Através de seu olhar nos remete as lembranças de vidas vividas, na antiga rua Quintino Bocaúva, hoje rua Magalhães Pinto, em Caxambu.
Para ler
Cliquem aqui e leiam também: (A completa história da construção do Matadouro da Cidade de Caxambu)
terça-feira, 3 de outubro de 2023
Parabéns Henrique Ayres/ Mais uma etapa concluída!
Henrique Ayres, aprendiz de sommelier
domingo, 11 de junho de 2023
Fonte Venâncio / A história de um talentoso marceneiro chamado Venâncio da Rocha Figueiredo
Quando Venâncio da Rocha Figueiredo faleceu, em 15 de junho de 1931, aos 76 anos de idade, houve uma grande comoção na cidade. Com ele ia-se a história da captação das primeiras fontes do Parque das Águas de Caxambu. Por mais de cinquenta anos, ele exercera o seu trabalho na cidade. Pouco antes de falecer ainda trabalhava na Empresa das Águas.
Venâncio da Rocha Figueiredo Júnior nasceu em 1855, foi registrado na paróquia de Baependi, filho de Venâncio da Rocha Figueiredo, político ativo na cidade, e de Anna Carlota Nogueira. O casal teve quatro filhos: Ana Nogueira, nascida em 18 de julho de 1853, batizada por Luiz Fernandes da Costa Guimarães e Marisena Honoria Nogueira; Maria Luiza/Augusta da Rocha Figueiredo, batizada na Capela de Nossa Senhora dos Remédios, em 19 de novembro de 1854, futura esposa de Targino Pereira Noronha, proprietário de umas das primeira padarias da povoação, a Padaria Caxambu, em sociedade com Fernando Levenhagen, nos anos de 1883.
Seu pai não era um qualquer. Em 1880 foi nomeado procurador do comendador e proprietário de terras Antonio Theodoro Fortes Bustamante. Como político local, era membro da elite sul mineira e teve sua mulher, Anna Carlota Nogueira e a filha Anna Nogueira, convidadas para participar da comissão dos festejos em homenagem à Princesa Izabel, quando de sua visita a Caxambu. Venâncio filho, aos 13 anos de idade, ainda era muito jovem para ir à festa, mas ao completar os seus 17 anos, estava de casamento marcado com Maria Josepha de Mello e Souza.
Venâncio, um baiano de nascimento
Ao achar a certidão de seu casamento, pensei que devia haver um erro de assento. Ele nasceu e foi batizado... na Bahia. Na verdade, ele era mesmo baiano de nascimento. Sua mãe grávida foi visitar parentes na província vizinha e por lá ele nasceu. A certidão, achada quando estava pesquisando sobre meu tataravô, é confirmada no texto Caxambu: de água santa a patrimônio estadual, de Maria de Lourdes de Lemos.
Às pressas
O casamento realizou-se em altar privado na casa do político e autoridade local, o coronel Joaquim Ignacio de Mello e Souza, no dia 21 de julho de 1872, tendo como testemunhas Antônio Pereira Gomes Nogueira e José Garcia de Oliveira. A pressa de casar tinha uma razão: o seu primogênito não nasceu nove meses depois do casamento, e sim uma semana antes da cerimônia.
Seus outros filhos foram Venâncio Figueiredo Neto (1872-?), José da Rocha Figueiredo (1873-?), Brasilino da Rocha Figueiredo (1875-?, Maria Augusta da Rocha Figueiredo (1876-?),
Ao longo da vida, Venâncio demonstrou inteligência e competência no seu trabalho de captação das fontes de Caxambu. Na juventude, fora empregado da Casa Costa Guedes, tornando-se amigo de seu patrão, José Maria Costa Guedes. O Almanak Sul Mineiro traz Venâncio como marceneiro em Baependi e Caxambu, uma profissão que requeria talento para o trabalho manual. No seu livro, Maria de Lemos, escreve que ele fazia também concertos em relógios e prestava serviços de bombeiro. Como auto-didata, foi ajudar o os doutores Viotti e Enout a captarem as fontes do Parque das Águas de Caxambu (fotos 2, 3, 4).
Em 1880, foi nomeado para compor a mesa de jurados em questões administrativas de Baependi. Venâncio estava cadastrado como eleitor em 1881, 1884 e, em 1896, fazia parte do Conselho Distrital na função de engenheiro, juntamente com Martinho Cândido Vieira Licio, secretário, José Ricardo Barbosa, fiscal de Caxambu, e Manoel Fernandes Moreira, fiscal de Soledade.
Ao terminar o trabalho de captação da fonte Leopoldina, Venâncio iniciou os trabalhos da fonte Duque de Saxe. Então ele recebeu ordens para suspender, o que o fez. Na sua avaliação os trabalhos "prosseguirão sem incidente de ordem alguma, alvo as dificuldades inerentes a fonte profundas". O motivo que se havia propalado, é que se havia perdido suas nascentes. Contra argumentava ele no anúncio publicado, em 9 de abril de 1892, no Jornal do Comercio do Rio de Janeiro: "as fontes lá se achao intactas e em condições de se fazer a mais perfeita captação".
A Empresa das Águas
Em 1890, o Conselheiro Mayrink adquire a Empresa das Águas e contratou o engenheiro Henrique Lalligant, vindo diretamente da França, para prosseguir coma captação da fonte Dona Leopoldina, em lugar de Venâncio, pois o seu trabalho tinha gerado controvérsias. Sem sucesso, Lalligant deixou o trabalho e o Conselheiro Mayrink chamou Venâncio de volta para realizar o trabalho.
Em artigo publicado na Revista Brasileira de Geografia, Virgilio Correia Filho confirma o talento de Venâncio para o trabalho: "Nos serviços de captação das fontes, distinguiu-se Venâncio da Rocha Figueiredo, pelo seu tino prático e paciência na escolha dos veios d'água." Ele devia ter razão, senão Venâncio não teria sido convidado para trabalhar com o engenheiro Benjamim Jacob no governo de Rodrigo Sales, no serviço de captação das águas de Lambari entre 1905 e 1906. Lá foi ele ajudar as vizinhas Cambuquira e Lambari a ver suas águas brotarem (foto 1).
"O mesmo padrão de demonstração é representado em Águas Virtuosas de Baependy, quando da extração das fontes Leopoldina (1891) e Duque de Saxe (1893), no parque do Caxambú. Os estudos de época demonstram que a vazão de água a partir da captação direto do veio da rocha é muito maior do que brotando no solo naturalmente. Preocupava-se com a profundidade exata de perfuração do veio correto, já que uma mesma rocha poderia apresentar mais de um veio d`agua, como no caso da rocha do Parque de Lambary." (1)
O talento de Venâncio para a captação das nossas águas estava então confirmado. Ele não era versado somente em coisas da água - era multi-talentoso. Foi ele quem fez funcionar o primeiro telefone na povoação, em 31 de setembro de 1888, mais precisamente no casarão da família Guedes. Costa Guedes organizou uma companhia tendo Venâncio como técnico.
Em 1903, juntamente com o capitão Nicolau Tabolar, ocupou-se da iluminação pública das ruas de Caxambu, que era feita a gaz acetileno. Em 1912, estava ele de volta ocupado na captação da fonte Mayrink, (foto 2 e 3), cujas análises ficaram a cargo de Cezar Diogo e Esteves Assis (foto abaixo).
Venâncio foi sepultado no cemitério paroquial de Caxambu, com todas as honras, acompanhado da Sociedade S. José, a loja maçônica local, a Confraternidade Mineira, da qual ele fazia parte. José Ribeiro Guedes, filho de José Maria Costa Guedes, lhe rendeu as últimas homenagens, relembrando sua biografia.
Homenagem póstuma
Quatro anos após sua morte, em 1935, a Empresa procurava uma fonte capaz de produzir gás para o abastecimento dos banhos gasosos do balneário. O que mais poderia ser achado no parque além de... água? Em 1936 fizeram sua captação definitiva e suas águas inundavam de saúde a piscina. Então acharam por bem homenagear Venâncio. Antes tarde do que nunca. Em 1943, é inaugurada a fonte Venâncio, tendo na ocasião discursado Floriano Lemos, médico, jornalista, que residiu em Caxambu, e foi um grande propagador das águas de Caxambu, e que empresta seu nome ao gêiser que jorra no parque.
Revista Fon-fon
Gumagüinhas Memórias de Águas de Lambary
Caxambu 1894-1905, Resumo de fatos administrativos da Freguesia e Vila de Caxambu, em torno de 16 de setembro de 1901, 1955.
(1) SILVA, Francislei Lima, in A Politica Hidráulica nas Estancias Balneárias de Águas Virtuosas de LEMOS, Maria de Lourdes, in Fontes e Encantos de Caxambu, 1998. Lambary e Baependy (Caxambu) em finais do século XIX e início do século XX, 2012.
Jornal do Comércio, 1892
Diário de Notícias do Rio de Janeiro, 1931.
Revista Fon-fon
Gumagüinhas Memórias de Águas Virtuosas de Lambary
PELUCIO, José Alberto, in Baependi e Caxambu 1894-1905, Resumo de fatos administrativos da Freguesia e Vila de Caxambu, em torno de 16 de setembro de 1901. (Palestra realizada no Rotary de Caxambu, em comemoração do aniversário da cidade), 1955.
terça-feira, 23 de maio de 2023
Colégio Normal Santa Terezinha/ As irmãs de Sant` Ana e as comemorações de 60 anos de trabalho religioso e educacional no Brasil
Em 6 de outubro de 1949 comemorava-se 60 anos de trabalho das religiosas, as fundadoras da Escola Normal Santa Terezinha de Caxambu.
Foto:
Vida doméstica
sábado, 22 de abril de 2023
Os primeiros dentistas de Caxambu
Da feira de muares de Sorocaba para Caxambu
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
Rapataco, o rei Momo de Caxambu
domingo, 15 de janeiro de 2023
Neide dos Santos Ayres/ Partiu para a casa das estrelas e vai fazer companhia aos seus, nossos ancestrais
Partiu na madrugada de domingo, 15 de janeiro de 2023, Neide dos Santos Ayres, esposa do também já falecido, Lindenberg dos Santos Ayres, conhecido como Berg.
Que Deus esteja com todos nós.
Foto:
Arquivo privado da Familia Ayres
sexta-feira, 9 de dezembro de 2022
Enchentes no Bengo desde muito e lá vai pedrada/ A liberta Thereza salva as galinhas do Hotel Caxambu
quinta-feira, 27 de outubro de 2022
Arqueologia urbana/ S.A. Meca - Comércio e Indústria/Caxambu na era da geladeira e do rádio
Em 22 de abril de 1955, José Ayres foi enviado ao Departamento Frigidaire da General Motors do Brasil a São Caetano do Sul, São Paulo, para fazer um curso de refrigeração. Parece que a firma S.A. Meca – Comércio e Indústria, com loja na avenida Camilo Solares, 212/248, em Caxambu, tinha feito a inscrição dele no tal curso para depois ser eletricista e fazer reparos nas geladeiras, caso dessem defeito. A loja tinha dois endereços, talvez duas filiais em Caxambu, com representação temporária em Baependi, sendo Miguel Donglache o diretor-presidente e Manuel Ruas Fernandes o diretor-tesoureiro.
A loja vendia não somente refrigeradores, mas também os mais modernos rádios, modelos de... 5 válvulas, que captavam "ondas curtas e longas", e que hoje ninguém sabe mais do que se trata. Em 1955 era o "aperfeiçoamento da técnica moderna". Mas meu pai não gostava de consertar rádio, nem refrigeradores. A bem dizer, ele detestava os pequenos trabalhos, gostava mesmo era de grandes projetos, como a construção de usinas nas fazendas da redondezas.
Na conclusão do curso, a foto para a galeria.
José Ayres, segundo de óculos, na fila ao alto, da direita para a esquerda em frente à fábrica da General Motor do Brasil em São Caetano do Sul, São Paulo |