sábado, 26 de maio de 2018

Às vezes a gente é notícia... na Alemanha


Revirando os papéis, colocando a casa em ordem, acabei de "me achar". A noticia é morna, até porque é do ano de 2002, quando fui entrevistada, juntamente com outros cidadãos de cinco países: Holanda, França, Iran, Áustria, Tunisia e solicitada para descrever a passagem do ano na minha terra Natal. Contei tudo, até que o povo veste cueca e calcinha branca no dia 31 de janeiro.  A repórter achou muito curioso. Ah, na semana em que foi publicada a reportagem, entrei no trem em Colônia e muitos me olhavam estranhamente, depois lembrei que fui a capa do jornal... 
PS: Ainda era "djovem".
Foto:
Da capa do Kölner Wochenspiegel.

domingo, 20 de maio de 2018

Roubo na Capela Nossa Senhora dos Remédios/ Caxambu/ A justiça dos homens




E foi publicado no jornal O Bohemio de 1883, que no dia 21 foi aberta a sessão, presidida pelo juiz de direito, o Dr. Torquato Fortes Junqueira, sendo o promotor Tenente Antonio Carlos Viriato Catão Junior e  escrivão Manoel A de Mello Mattos, 2° tabelião, e foram  proclamadas as seguintes sentenças:

"... Não havendo sessão por falta de número legal, no dia 22, foi submetido a julgamento o réo Theodoro Francisco, vulgo de Freitas, accusado de crime de homicídio na pessoa de Pedro Rodrigues. Defendido pelo Comendador José Pedro Américo de Mattos, foi absolvido por 9 votos. 

Mas a pena implacável foi para o réu Misael Fernandes Rosa, julgado no dia seguinte. Ele Roubou a capelinha de Caxambu e foi condenado a... quatro anos e meio de prisão, com trabalho, e multa de 20% do valor roubado. Justiça dos homens.
Fonte:
Jornal O Bohemio, 1883.

domingo, 13 de maio de 2018

Bibiano José Ferreira, o elo perdido/ 100 anos da fundação da Igreja Presbiteriana no Sul de Minas

Certidão de batismo e casamento de Bibiano José Ferreira

Em 1862, nasceu Bibiano José Ferreira, filho de Cândido José Ferreira (?-?) e Ignacia Ribeiro de Lima(?-?), batizado, em 23 de dezembro, na Capela de Santo Antonio do Piracicaba, hoje município de Baependi. Ele foi batizado pelo avô João José de Lima e Silva (1798-1875) (meu tataravô) e Anna Francelina de Castilho (1809-1889) (mãe de um tio de Bibiano por parte de casamento com sua tia Thereza Ribeiro de Lima/JesusJosé Florencio Bernardes).

Mas que estaria fazendo Bibiano em nosso blog? Claro, que além do parentesco Bibiano... neto de João José de Lima e Silva, o mais antigo ancestral do ramo da Família Ayres, cujo nome apareceu no sensu da População de Pouso Alto, no ano de 1839. Bibiano foi um dos fundadores da Igreja Presbiteriana na região. Isto quer dizer então que achamos mais elo perdido dos Lima no Chapeo!

Bibiano José Ferreira e seu tempo/ a complicada teia dos apadrinhamentos/ seus avós, bisavós, as relações de parentesco e batizados na sociedade escravista de Baependi do século passado

Para entender os apadrinhamentos, os pais procuravam gente de posses e nome para batizar seus filhos, como foi aqui o caso de Bibiano. Dona Anna Francelina de Castilho era mãe de José Florencio Bernardes (?-?) este detentor de um grande plantel de escravos, proprietário de terras e eleitor da província. Só podia ser eleitor quem tinha "cabedal" isto é, dinheiro e posses comprovados.

E, ei, atenção! Florencio Bernardes foi padrinho também de Camilo Ferreira Junior (1858-?), filho de minha tataravó, a escrava Justiniana Maria da Conceição (1843-1914). Ainda, o avô de Bibiano, João José de Lima e Silva, portanto o avo de 5° geração de Loide Lima Loesch  era, no ano de 1854, proprietário de minha tataravó, Justiniana Maria da Conceição. Não é sensacional? Ah, eu sei que é muita informação para entender, mas garantimos que as nossas famílias e seus ramos estão naquele passado interligadas umas nas outras. Vamos à frente.

Tanto os seus avós, como seus bisavós foram senhores de escravos na região do Chapeo e Piracicaba. Seu avô Candido José Ferreira tinha um considerável numero deles, atras de João José de Lima e Silva, seu bisavô (meu tataravô). Tanto que Bibiano foi padrinho, em 10 de outubro de 1880, de uma delas, Constância, filha de Romana, juntamente com Prisciliana Izidora do Espírito Santo; escravos estes pertencentes ao seu avô Cândido José Ferreira. Não esqueçamos que Prisciliana  era casada com José Florencio Bernardes, que era tio por afinidade, por  ter casado com sua tia, a Tereza Ribeiro de Lima, ele também proprietário de escravos. Então os parentes batizavam os escravos de Cândido José Ferreira.  O batismo funcionava assim como uma "certidão de posse", um certificado  emitido pela igreja, na sociedade escravista do Brasil Colonial. Rufino José de Lima, seu primo, e Fraujina Honorina de Jesus foram também padrinhos de mais uma filha da escrava Romana, em 13 de junho de 1883, a Marcolina. Nos meus arquivos de pesquisa, Cândido José Ferreira, avô o de Bibiano era quem mais possuía escravos depois de João José de Lima e Silva o seu bisavô , e José Florencio Bernardes, seu tio por afinidade.

Bibiano se casou, em 10 de abril de 1888, com Maria Eugenia de Jesus (?-?), na Capela de Nossa Senhora do Pinhal, sendo as testemunhas, Honório Ferreira  Gomes e João Esau dos Santos.
São os seguintes descendentes de primeira geração de Bibiano José ferreira  e Maria Eugenia de Jesus:
Brotero Ferreira (1890-?)
Analia Ferreira (1895-?)
Benvinda Ferrieira (1898-?)
Juventina Ferreira (1900-?)
José Ferreira /Vasconcelos (1903-?)
Prisciliana Ferreira (1906-?)
Pedro Francisco (?-?)
Esméria Ferreira (?-?)

Os presbiterianos no Sul de Minas

E o tempo passou, os escravos foram libertos, causando  grandes mudanças na política e na economia da região. O caro tabaco, vendido na Corte do Rio de Janeiro, já tinha perdido sua pujança e os fazendeiros reclamavam a falta de braços para tocarem suas lavouras. Embora o comércio de produtos através das tropas e tropeiros entre as fazendas do Sul de Minas, Rio e São Paulo ainda florescia, a economia não era mais a mesma, nem as crenças religiosas. Muitas mudanças estariam ainda por vir. Bibiano vivenciou a transição do século, a passagem da sociedade escravista para a de cidadãos livres. Então quais motivos Bibiano teria trocado sua crença religiosa?

A expansão da comunidade presbiteriana no Sul de Minas se deu ao longo da Estrada Real. Fulgêncio Batista descreve a rota daqueles que pretendiam chegar a Caxambu, em 1873. Conhecidos núcleos protestantes no arraial de Pouso Alto, passando pelo Sengó, e chegando a Caxambu. A partir de 1880, o acesso ao Sul de Minas foi facilitado pela ligação das povoações através dos trilhos. O trem chegou a vizinha Soledade de Minas, em 14 de junho de 1884. A viagem seguia partir daí nos cavalos e carroças faziam o percurso até Caxambu, que teve que esperar até 1891, quando o trem chegou à povoação, pelos trilhos da Viação Férrea Sapucai. Os trens então trouxeram os pastores presbiterianos para o Sul de Minas.

E foi no final do século XIX, no início de 1903, que foram iniciados os trabalhos da comunidade evangélica  no Chapeo, hoje bairro de Baependi. Sim, sim na pequena comunidade do Chapeo, situada num dos caminhos alternativos da Estrada Real viu outras crenças ocupar o espaço espiritual de seus habitantes. 

Em 1904, foi celebrada a primeira Santa Ceia, no Piracicaba. Em 1906, o diácono foi recebido, no Recreio, por 15 pessoas, entre as quais diversas residentes no Chapeo. Em 1907, o Reverendo Manoel Antonio de Menezes assumiu os trabalhos na região. Foi agosto de 1908 foi celebrado o culto na casa de Bibiano, pelo Rev. Alvares Reis com a presença da esposa e seus quatro filhos. 

Mas o marco histórico para o Chapeo tinha acontecido poucos meses, quando a comunidade recebeu a visita do Reverendo Erasmo Braga. Quem era Erasmo Braga?


Erasmo Braga (1877-1932) - foto de 1901, iniciou os estudos em teologia aos 16 anos tornando-se pastor e professor. Foi líder presbiteriano e com grande esforço ativou a cooperação entre as igrejas evangélicas do Brasil, na década de 1912, nas área de literatura, educação crista e teológica. Para ele os evangélicos deveriam se unir e vincular sua fé   às mudanças sociais do país. Erasmo se destacou como um dos maiores líderes evangélicos de seu tempo. E foram tempos difíceis, pois dos seus primórdios até o estabelecimento definitivo do trabalho dos eclesiais na região, as reuniões dos presbiterianos se davam em residências particulares para evitarem que fossem... apedrejados.

Já no início do trabalhos, em 1906,  eles contavam com  85 membros, num total de 6.500 membros em todo o Brasil.  Uma vitória para a comunidade presbiteriana do Chapeo, cercada pelos católicos da região da Capela de Santo Antonio do Piracicaba e da Igreja Matriz Nossa Senhora de Mont Serrat de Baependi. Podemos então dizer que uma das primeiras células presbiterianas na região surgiu então no Chapeo, posteriormente, foram se organizando em PiracicabaSengó, município de Pouso Alto.

A comunidade presbítera florescia. Em 1913, noticiava o jornal O Puritano que as obras estavam adiantadas:  "Ja foram levantados os alicerces e quase toda a madeira esta no lugar. Em breve será inaugurado o pequeno Templo". Bibiano foi quem fez doação do terreno de 35m de frente e fundos para a construção do salão de cultos e um cemitério.

Com o pequeno templo de pé, a Igreja Presbiteriana ganhava adeptos e também os seus primeiros diáconos. Foram eles Marciano Martins de CastroAdolfo Martins  e o próprio  Bibiano José Ferreira.
A partir do núcleo presbiteriano do Chapeo, partiram eles para organizar a Igreja Presbiteriana de Caxambu. Ah, mas essa é outra história.
Foto
Arquivo privado da Igreja Presbiteriana.
Fonte:
DIAS, Carlos Alberto - A FÉ NO CAMINHO DAS ÁGUAS: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DO PRIMEIRO CENTENÁRIO DA IPS CAXAMBU - MG, Universidade presbiteriana Mackenzie - Escola Superior de Teologia, 2010.
School of Theology
Site da Igreja Presbiteriana de Caxambu
Igreja Presbiteriana de Pinheiros, SP
PARANHOS, Paulo, Ruim Mais vai / O desenvolvimento da estrada de ferro no sul de Minas Gerais e a chegada do trem a Caxambu.
MATOS, Alderi Sousa, BREVE HISTÓRIA DO PROTESTANTISMO NO BRASIL.
Wikipedia
Familia Search
Agradecimentos:
Ao meu antigo colega de escola, Carlos Alberto Dias da Igreja Presbiteriana de Caxambu, por fornecer à nossa pesquisadora, Graça Pereira Silveira, preciosas informações e rico material fotográfico, em visita à sua residência no mês de abril de 2018, em Caxambu.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

São muitas as lembranças / Café com prosa/ Laços e entrelaços das Famílias Ayres e Lima Loesch




Em dezembro de 2017, Loide Lima Loesch recebeu em sua casa, em Caxambu, para um café com prosa Graça Pereira Silveira, a Graça. Ela é a nossa pesquisadora "in loco" e  quem faz o trabalho de recuperação de nossas memórias junto aos nossos familiares, mas também de gente que fez e faz parte das histórias das famílias caxambuenses.


Desta vez recuperamos um dos muitos elos perdidos de nossos ancestrais no Chapeo, bairro de Baependi,  o Ramo dos Lima/Lorsch, e intrincada a rede de parentesco. Também fomos presenteados com muitas histórias, fotos, que deixam os nossos corações batendo forte. Ao alto, o casamento de Lídia e a grande família reunida, posando para eternidade.  Ao centro Pedro Francisco de Lima (1921-?) e Lina Amélia de Lima (1936-?), ele filho de Francisco Ignacio de Lima e Emilia Prudenciana de Jesus. Pedro era neto de José Ignacio de Lima e Fraujina Honória de Jesus, bisneto de Joao José de Lina e Silva (1798-1875), um senhor de escravos (leia aqui a história completa) e Joana Thereza Ribeiro, os  mais antigos ancestrais da Família Ayres/Lima/Loesch, registrados no censo de 1830, na cidade de Pouso Alto. Aos nossos antepassados nossas reverências.

Fotos:
Graça Pereira Silveira
Arquivo privado da Família Lima Loesch
Agradecimentos:
CEDEPLAR, UFMG

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Aniversário da Salete


Salete Figueira completava seus dourados 15 anos, quando convidou os amigos e os colegas de classe para o seu aniversário. Na foto, Salete Figueira, Alvinho, eu, Quinzinho Baião e Reynaldo Guedes.
Na minha lembrança  sua mãe, dona Zilma Figueira, sempre alegre, recebia a gente com bolo em sua casa, quando íamos fazer aqueles trabalhos em grupo. Aliás, Salete era daquelas que realmente ca-pri-cha-va nos trabalhos escolares. A menina tinha talento, tanto é que foi trabalhar em museu com restauração e como educadora. Saudades eternas da galerinha. 
Foto:
Arquivo privado de Salete Figueira

terça-feira, 8 de maio de 2018

Culto em comemoração aos 100 anos da Igreja Presbiteriana do Chapeo/ Baependi


No dia 29 de abril de 2018, foi celebrado o Culto em comemoração aos 100 anos da Igreja Presbiteriana do bairro  Chapeo de Baependi, sendo um dos seus fundadores, Bibiano José Ferreira, bisneto João José de Lima Silva (1798-1875) e Joana Theresa Ribeiro de Lima (1807-1860) os mais antigos ancestrais dos ramos da Família Ayres e Lima/Loesch. Ah, lá atras estava já tudo ligado.
Foto:
Arquivo privado de Loide Lima Loesch

domingo, 6 de maio de 2018

Represa do Jacaré / Tinha jacaré na represa de Caxambu?



É tempo de férias, noticiavam os jornais da década de 1960, fazendo chamada para a conhecida estação de águas. As atrações? O Parque, naturalmente, as fontes e outros "passeios" indicados, como a Represa Nova, a Lagoa Santo Antônio, o Morro de Caxambu e "chácaras de uvas e pêssegos", referindo-se à Chácara das Uvas da tia Mercedes Soler,  e... a Represa do Jacaré. Mas Caxambu tinha jacaré nas suas redondezas? Não, não, o nome está relacionado ao... jogo do bicho! Vamos lá contar a história, ou estória.

O jacaré, sorte ou azar

Foi em 1896, que a história ou estória começa, com um bicheiro de nome Jimenes, que passou a Ximenes e se transformou em Don Ximenes, o que nos parece um tratamento... eclesial. Na verdade, Jimenes era o dono da banca de jogo do bicho de Caxambu. Como na época não havia ainda o telégrafo na cidade, ele, não podendo usar os números da loteria federal, escrevia em um pedaço de papel o nome de um dos vinte e cinco bichos e o guardava numa caixinha de madeira no alto da porta do seu estabelecimento. Mas um esperto, juntamente com um pedreiro, achou por bem, ou mal, fazer um orifício no forro do quarto no andar de cima e conseguiu ler qual seria o bicho do dia seguinte. O bicho era "jacaré". Bem, no dia seguinte, já corria à boca pequena o resultado e muitos apostaram, causando estranheza ao Jimenes pelo número de apostadores no réptil. A pergunta era: como haviam descoberto com antecedência o resultado? Ele ia ter prejuízo, muito prejuízo se tivesse que pagar a todos os ganhadores e, refletindo sobre os acontecimentos, olha para cima pensativo e vê o buraquinho feito no piso do andar superior...

Havia uma bandinha que tocava toda tarde, e o final do número musical coincidia com o ritual de Jimenes, baixando a caixinha com o resultado. Mas nesse dia o ritual da caixinha foi retardado e a bandinha tocava e tocava...  Pensavam os apostadores: Jimenes está ocupado contando o dinheiro para pagar nos pagar. Qual! O descer da caixa atrasou uma hora e os que esperavam o resultado, já quase sentiam o gosto da maldade. Silêncio . O bicho é anunciado: -Ja-ca-ré!  Foi uma explosão de júbilo de vários presentes gritando "eu ganhei"!

Aí discursou Jimenes:
" - Fui vítima de um espertalhão. Algum de "ustedes" furou o forro e minha casa para ler o bicho que escrevi. Não faz mal. Pagarei a todos e com grande prazer, mas de maneira diferente. A importância que lhes pertence, oitenta contos de réis, será entregue a uma comissão de médicos e engenheiros deste lugar, para os serviços de abastecimento água para as casas de todos nós." Depois de reações diversas, vieram os "muito bem", apoiado" e "bravos", conta o jornalista Celso Guimarães, que publicou o texto na revista  Carioca, de onde vieram as informações acima. Agora imaginem o constrangimento dos administradores da cidade, recebendo o dinheiro para uma benfeitoria pública de uma banca de jogo de bicho. Segundo Guimarães, o bicheiro até foi nome de rua. Sim, Dom Ximenes. De fato, a rua existe e fica perto da Rodoviária, em direção ao bairro Bosque que leva à... Represa do Jacaré.

Almoçando com o presidente Vargas na Represa do Jacaré

E a Represa do Jacaré não ficaria no anonimato. Getulio Vargas visitou Caxambu em de 1939 e  foi almoçar na... Represa do Jacaré. Foi um almoço denominado "campestre", com pratos da cozinha mineira e um churrasco, servido em quatro mesas, onde se sentavam as figuras proeminentes, como  Benedito Valadares, governador  do Estado e Joaquim Valadares, prefeito interventor, Getúlio e sua esposa, Darci Vargas.

Imaginem que as moçoilas da cidade convidadas para o evento, foram a cavalo, aboletadas em charretes e em um carro de boi, enfeitados para o evento. A caravana levava grupos de violeiros que tocaram durante o trajeto, até a represa. Os violeiros não estavam sós: também tocou uma banda de jazz. A festa terminou lá pelas quatro da tarde na Represa do Jacaré, aquela que foi construída com o dinheiro do jogo do bicho. Assim me contaram.

(Cliquem aqui e passem pela Rua Don Ximenes), que fica perto da antiga estação Ferroviária, hoje Rodoviária de Caxambu.
Fotos:
Carioca, 1944
Fonte:
(1) A Cigarra, 1967
Jornal do Brasil , 1966
Diário Carioca,
A Noite, 1939
Carioca, 1944
Google
Agradecimentos:
Agradecimentos muito especiais a Júlio Jeha

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Serra da Careta/ Um perfil com muitas histórias



Gervásia Maria da Conceição nasceu em 30 do mês de setembro de 1881, filha natural de Sabina Maria da Conceição, esta última escrava de João Ferreira Simões, "bem debaixo da Serra da Careta", literalmente, no bairro que hoje se chama Chapeu. Felizmente Gervásia foi considerada "livre", por ter nascido após a proclamação da Lei do Ventre Livre de 28 de setembro de 1871, que considerava que todo filho de escrava nascido após aquela data seria um livre cidadão.

Sabina engravidou-se muito cedo de Gervásia, aos 17 anos do feitor da fazenda, assim como a própria Sabina. No desespero tentou interromper a gravidez indesejada chegando a tomar chá de casco de burro, ou pata de vaca, uma espécie de orquídea, que na medicina popular, usado em grande quantidade, pode causar aborto. Mas o tal chá não funcionou e teimosamente Gervásia veio ao mundo num dia em que o céu prometia grande tempestade. Sabina, nos últimos dias de gravidez saiu "como louca" pelos campos afora e desapareceu, como fazem os animais selvagens quando vão ter suas crias. Bem longe dos olhos dos brancos Sabina pariu Gervásia, sozinha, sem apoio nem assistência médica, destino de tantas outras mães escravas. Pouco tempo depois ela reaparece na fazenda um tando descabelada e suja com a pequena Gervásia "embrulhadinha nos panos", como relatou minha tia Célia, Celia Ayres de Lima /Araújo lembrando do que a sua mãe lhe contara.
Foto:
Arquivo privado de Esther Bittencourt
Agradecimentos:
A Esther que gentilmente permitiu que a sua bela foto fosse publicada no nosso Blog.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Da série: colo de mãe, colo de vó


Colo de mãe, colo de vó.

Ao alto: Vó Mariquinha, a Maria Ayres de Lima, vô Ramiro Rodrigues de Freitas, filhos e parentes; foto à direita, Graça Pereira Silveira, no colo da mãe Geralda Pereira, foto à esquerda:  Graça  Pereira e a neta Marina.
Fotos:
Arquivo privado da Família Ayres/ Rodrigues/Freitas/Pereira

terça-feira, 1 de maio de 2018

A primeira Missa Campal em Caxambu



No dia 3 de maio de 1903 foi celebrada um Missa Campal em Caxambu, mais exatamente no alto do Morro de Caxambu. Na data unia três comemorações significativas para o calendário Católico: uma, a exaltação da Santa Cruz; outra a descoberta do Brasil, quando foi celebrada num domingo a primeira missa na praia da Coroa Vermelha, em Santa Cruz de Cabrália, no sul da Bahia, por Frei Henrique de Coimbra, em 6 de maio de 1500; por fim, o trigésimo aniversário da primeira missa celebrada, em 1873, pelo vigário  José Silvério Nogueira da Luz na povoação de Caxambu, isto é, na Paroquia Nossa Senhora dos Remédios. Mas a primeira celebração do gênero aconteceu em 3 de maio de 1862, celebrada pelo Reverendo Cónego Joaquim Gomes Carmo, quando da instalação  do Cruzeiro no alto da elevação, onde é hoje a Igreja Santa Izabel.


Para comemorar o triplo evento, o padre teve a brilhante idéia de realizar uma missa campal, no alto do morro, onde também fora erguido o Cruzeiro, comemoração  da passagem século. Para realizar tal evento, fora da Igreja Matriz, o vigário teve que pedir licença especial ao Bispado de Campanha, ao qual a paroquia estava subordinada. O "singelo altar", assim descrito, foi erguido debaixo de um toldo e coberto por ramos de palmeiras. Diante do magnifico panorama que se descortinava, tenho certeza que todos se sentiam um pouquinho mais perto do criador, embalados pela Ave Maria de Carlos Gomes, orquestrada pelo maestro Joaquim Pinto. Ave!

E, para aqueles que talvez queiram ouvir, aqui a Ave Maria de Antonio Carlos Gomes

Foto:
Cartão postal
Victor Meireles, 1 janeiro de 1860, pintura. Primeira missa no Brasil no ano de 1500.
Fonte:
Gazeta de Notícias, 1903
Revisão:
Paulo Barcala