Curta ou comprida? E lá se foram os anos em que a Cristina ficava na entrada do segundo andar, controlando a cor dos sapatos, a transparência das blusas e o comprimento das meias e saias. Ao longo de sua existência, o Colégio Normal Santa Terezinha tinha lá suas regras e regras eram para serem... transgredidas. Não pelas alunas dos anos de 1957, quando os saiões eram beemm abaixo dos joelhos, quase no pé.
Nos anos 60 as saias subiram uns dois centímetros e as regras continuaram rígidas, e eram ainda obedecidas, até porque estávamos na Ditadura Militar. Permitidas eram as curtinhas, tanto as saias para meninas e as calças para os meninos, no ano de 1966, no pré-primário (foto). Claudio e Turk Serabion, exemplares, ainda usavam shortinhos acima dos joelhos.
E foi na década de 70 que as meninas se rebelaram. E para "burlar" a vigilância, as saias eram mantidas até os joelhos no controle da entrada e depois eram enroladas na cintura e... voilà: ficavam curtinhas, mostrando as pernas. E a rigidez no comprimento e uso obrigatório das saias perdurou até o final da década de 1970, quando foi liberado o uso das calças compridas para as alunas. Usava saia quem queria. A minha sala adotou as calças compridas (foto abaixo). E, como vemos, na saia de Zeka Radife foi economizado pano (foto ao alto) deixando muita perna de fora. Uau! Bem, como nas saias das meninas sentadas na pose oficial da turma, nas escadarias do Colégio, também andou faltando pano para a saia da Toninha, Maria Antonia Muniz Barreto, e sobrando charme. Então o Colégio das irmãs foi extinto, melhor dizendo, passado para a inciativa do Estado laico. Entrávamos em outra era.
E a vida dos jovens nas décadas seguintes ficou mais complicada, ou digamos, complexa. A discussão agora não era o comprimento das saias e sim quem usa o quê. Em 2016 o Colégio Pedro II foi a primeira instituição de ensino da rede pública do Rio de Janeiro a dotar a flexibilização do uniforme permitindo que os alunos e alunas usem o uniforme que quiserem: saia ou calça. A distinção do uniforme escolar por gênero foi abolida, baseada na portaria n° 2449/2016, que trata de Normas e Procedimentos Discentes, que tem por objetivo manter a identidade e igualdade entre os alunos.
A flexibilização do uso do uniforme atendeu a uma Resolução do Conselho Nacional de Combate à discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), e assim com a iniciativa, a escola não fica desvinculada de seu tempo e momento histórico, segundo o reitor Oscar Hallack. “A tradição não importa em anacronia, mas pode e deve significar nossa capacidade de evoluir e de inovar”.
A Ideologia de Gênero (Queer Theory em inglês) defende que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua própria identidade de gênero ao longo da vida. Em 2015 houve uma tentativa de impor, no Plano Nacional de Educação a adoção da Ideologia de Gênero, a adoção da Ideologia do Gênero, mas por mobilização de políticos, igrejas e instituições diversos estados excluíram o uso do termo em seus planos de educação.
A flexibilização do uso do uniforme atendeu a uma Resolução do Conselho Nacional de Combate à discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), e assim com a iniciativa, a escola não fica desvinculada de seu tempo e momento histórico, segundo o reitor Oscar Hallack. “A tradição não importa em anacronia, mas pode e deve significar nossa capacidade de evoluir e de inovar”.
A Ideologia de Gênero (Queer Theory em inglês) defende que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua própria identidade de gênero ao longo da vida. Em 2015 houve uma tentativa de impor, no Plano Nacional de Educação a adoção da Ideologia de Gênero, a adoção da Ideologia do Gênero, mas por mobilização de políticos, igrejas e instituições diversos estados excluíram o uso do termo em seus planos de educação.
Defesas de lá e de cá estava no cartaz escrito: “Pedimos respeito, pois, independente da minha roupa, não mereço ser assediada na rua, não mereço ser xingada, e não mereço ser ofendida”, afirmou uma aluna. Então aquele inocente fiu-fiu, da nossa época, que se entendia como elogio ou cumprimento, hoje, no politicamente correto, pode ser interpretado como assédio. Oh dia, oh vida! Vidas.
Longa demais, curta demais
Mas um pouco pra lá, no continente europeu, uma estudante francesa foi impedida de assistir às aulas, pois a direção da escola achou sua saia "muito longa". Ela é de crença muçulmana e, no caso, a saia longa foi considerada "um sinal ostensivo de filiação religiosa", assim como o lenço na cabeça. A França já proibiu, em outras ocasiões, manifestações religiosas nas instituições de ensino. Os prós reclamam que é discriminação disfarçada de pensamento pseudolaico. E nos EUA, uma outra estudante foi suspensa por usar saia curta demais. O limite era 7, 5 cm acima dos joelhos. Oh!
Mas vou tomar emprestada, a frase que portava uma estudante na porta do Colégio Pedro II: “O tamanho da minha saia não define o meu caráter ou o nível da instituição que eu estudo”. Ah, meninas, não sei se a galerinha da década de 50, 60 iria ter coragem de dizer uma coisa dessas na frente da irmã Julieta, diretora, mas hoje o tabu foi quebrado. Ainda bem.
Fotos:
Arquivo privado da Família Ayres/ Lucinha Baião
Fotos Antigas de Caxambu
Clair Bruno Cerny
Revisão:
Paulo Barcala
Clair Bruno Cerny
Revisão:
Paulo Barcala
Adorei, estou planejando receber em minha residência situada em Caxambu/MG pequenos grupos de 6 a 7 pessoas para curtas temporadas (hostel). Espero sinceramente que essa pandemia termine o mais rápido possível. Esse blog será um ótimo veículo para ser por mim utilizado e com certeza também divulgarei para os que por aqui passarem. Muinta informação sobre a Cidade e Região. Histórias interessantes e pitorescas da minha cidade querida. Obrigada as pesquisadoras que fizeram desse blog uma ótima fonte de pesquisa com conteúdo valioso de informação.
ResponderExcluirAbraços!
Agradecemos os cumprimentos.
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