domingo, 17 de dezembro de 2017

Paulo Freire, o meu cartão de visita na Alemanha



Este post foi motivado por uma postagem feita por Graça Pereira Silveira no face. 

Aconteceu no ano de 1998. Inscrita na Secretaria do Trabalho da Alemanha, levei debaixo do braço o meu diploma de educadora juntamente com o meu "curriculum vitae". Então fui chamada para fazer um curso de 6 meses de que eles chamam Orientação Profissional. Foram seis meses de testes escritos e práticos. Os profissionais da educação da Alemanha me testavam se realmente tinha capacidade de trabalho como educadora.  Foram realizados não somente testes escritos, mas também práticos, bem como discussões sobre os métodos de vários pedagogos como, Piaget, método Montessoriano. Enfim, revivemos as práticas educacionais no mundo.

Depois de quatro meses foi avaliada, com pareceres escritos, fui convidada a comparecer na Secretaria da Educação  para uma entrevista com uma educadora, quem ia me encaminhar para as possibilidades de trabalho na área de educação. Resumo da ópera. Na entrevista veio a troca de informações e, para a minha surpresa, ela conhecia Paulo Freire e sua biografia, além de também conhecer o dramaturgo Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido.


Estas duas personalidades de nosso país eram conhecidas na Alemanha e por uma educadora da cidade de Colônia, ela que era muito mais velha que eu e, consequente, já tinha tido contato com as teses, tanto do educador Paulo Freire, como o trabalho de Boal. Ela quase que, literalmente, „pulou de alegria“ em conhecer alguém já tinha trabalhado com as práticas educacionais e de teatro de ambos: Paulo Freire e Augusto Boal. Fui imediatamente admitida para o trabalho, um projeto realizado pela cidade de Colonia, Alemanha e financiado pela UNICEF


Era um projeto educativo verão para crianças e adolescentes realizado em diversos bairros da cidade e, através dele, fui conhecer assim as diferentes realidades sociais, econômicas, políticas e religiosas  da cidade. Para mim foi um grande presente. Tomei contato com as diversas classes sociais, dos ricos, dos remediados aos pobres. Uma experiencia única. Guardo até hoje os certificados e avaliações sobre o meu trabalho e minha pessoa. Eles são as provas que a minha formação profissional estava de acordo com a também super desenvolvida Alemanha. Paulo Freire foi um dos meus cartões de entrada. Acho que não fiz mau trabalho. Taí professora Graça Pereira Silveira, minha professora no primário, no Colégio Normal Santa Terezinha, divido orgulhosamente com você os meus louros.
Fotos:
Cartazes e programa dos eventos
Nota:
As diversas fotografias dos eventos estão em slides e no momento não  estão disponíveis.

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