quarta-feira, 8 de julho de 2015

Terra, água, fogo, ar, Ayres

Da esquerda para a direita: Celia Lima Araujo, Samuel Ayres de Lima, Palmira Ayres, Josino Ayres de Lima, Silvia Diório, Luiz Ayres de Lima, Maria Ayres, Silvio Ayres de Lima, Mercedes Ayres Soler, José Ayres. No centro, meus avós, Gervásia Maria da Conceição, José Ayres de Lima
















Acredito que nunca foi conhecido  casamento entre parentes na nossa família, claro que não. Pelo menos não era sabido até... Até eu achar  no mês passado em junho de 2015, a Virgolina Balbina de Lima que fora filha de João  José de Lima Silva no Censu populacional  da cidade de Pouso alto do ano de 1839, publicado pelo Cedeplar da UFMG e confrontar com o meu arquivo de pesquisas.

Virgolina Balbina de Lima foi mãe de Bernardino Lopes de faria, casado com Elvira Simões e que pelas minhas pesquisas, teve um relacionamento com a escrava Sabina Maria da Conceição, pertencente ao plantel de escravos do sogro, João  Ferreira Simões, gerando Gervásia Maria da Conceição.

Assim através da união com José Ayres de Lima, o Zé Trancador com Gervásia resultou num casamento consangüíneo, isto é, casamento entre parentes sem que eles soubessem. Ou sabiam? Não podemos dizer. Esta conversa foi feita com Célia Lima Araujo, a tia Célia o arquivo vivo de nossa família sem que ela tenha notícia ou sabido do fato.

Terra, água, fogo e ar

Normalmente a igreja era quem fazia as "diligencias" para saber saber o grau de parentesco e dar a permissão para as uniões, mas como Gervásia não tinha pai conhecido, ou melhor, reconhecido oficialmente, não puderam "detectar" a união consangüínea. Gervásia foi batizada, se nossas suposições estiverem certas, pelo próprio pai Bernardino Lopes de Faria; nas sequências dos assentos paroquiais, (vide foto) seu irmão Josino, que tinha o sobrenome de "Lopes de Faria", sendo batizado pela sua avó torta, Virgolina como comprova a certidão. Era também costume dar nome ao batizado o nome de seu padrinho, assim como também adotar sobrenomes de seus senhores de escravos, do qual eles estavam sob proteção.

Mas na história estas  uniões consangüíneas não foram raras, senão, como nós nos reproduzimos no começo da humanidade? Os cientistas estimam que os primeiros a migrar da África estavam entre 700 a 10.000 indivíduos. Diante desses números pequenos, e do fato de que essas pessoas estavam provavelmente dispersas em pequenos grupos de caçadores/coletores e muitas vezes casadas dentro de seu clã ou tribo, parece inevitável que algum nível de união entre parentes próximos tenha ocorrido. Então não fomos exceção.

No Brasil, o código civil impede o casamento de ascendentes com descendentes e de consanguíneos  colaterais até o 3° grau, o que estende a restrição a irmãos, meio-irmãos, tios e sobrinhos.

Ja a igreja por um milênio proibiu o casamento entre parentes, até o sétimo grau, com base do preceito bíblico de que o mundo foi criado em sete dias. Mais tarde, ela passou a proibir os casamentos até o 4° tomando como base os quatro elementos da natureza. E assim sendo a Família Ayres nasceu e esta sob o signo dos quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e ar, ar de Ayres.

O casamento

Para entender o emaranhado dos parentes, montei um diagrama que facilita localizar as uniões  na família e seus descendentes.



O filho dele, José de Souza Lima, o "José Trançador" como era chamado, portanto NETO, isto é (relação de de 2°grau), casou-se com Gervásia Maria da ConceiçãoBISNETA (relação de 3° grau) de João José de Lima e Silva. As setas em vermelho indicam a linhagem da família.

Aqui em detalhes os filhos, netos e bisnetos de João  José de Lima e Silva

1- Joao José de Lima e Silva (1798-1875), Pouso Alto, casado com
    Joana Thereza Ribeiro de Lima (1807-1860) 

Filhos: 1-Virgolina Balbina de Lima (1834-?), 2-José Ignacio de Lima e Silva (1835-?), 3-Thereza Ribeiro de Lima/Jesus (1837-?),4- Rufino de Lima e Silva (1853-?), 5- Ignacia Ribeiro de Lima (?-?), 6- Maria de Souza Lima/Silva/lima de Souza (?-?) casou-se com José Fernande Ayres da Silva (que também como seu filho era apelidado de Trançador) (?-1902), 7- Francisco Theodoro de Lima (?-?),  8- Joao José de Lima (?-?).

1.1-Virgolina Balbina de Lima (1833-?) casada com
      Francisco/Bernardino/Lopes de Faria

Filhos: 1- Bernardino Lopes de Faria (1853-?), 2- Luciana de Faria (1856-?), 3- Lodgero Lopes de Faria(1858-?), 4- Lucinda de Faria (1861-?), 5- Eliziel Lopes de Faria (1862-?), 6- José de Faria (1864-?), 7- Arminda de Faria 1867-?), 8- Sabina Bernardina de Faria (1869-?), 9- Bruno de Faria (1872-),10- Maria de Faria, (1875-?, ?11-  de Faria (1875-1875), 12- Juvêncio de Faria (1877-?), 13- Escolástica/Lopes de Faria (?-1879)

2.1-Bernardino Lopes de Faria, (casado com Elvira Ferreira Simões)
      engravidou a escrava de João  Ferreira Simões, seu sogro,
      Sabina Maria da Conceição (1865-?)

Filhos: 1- Gervásia Maria da Conceição, (1881-1971), 2- Josino Lopes de Faria (1883-?),3-   Eduardo Lopes (1884-?), 4- Luiz Lopes/Nego (?-?), 5- Manoel Lopes (1886-?).

      José Ayres de Souza Lima, o José Trançador (1873-1943)

Filhos:
José Ayres, Mercedes Soler Ayres, Silvio Ayres,  Maria Ayres,  Luiz Ayres de Lima, Silvia Diório Ayres, Josino Ayres de Lima, Samuel Ayres de Lima, Célia Ayres de Lima.

Solange Ayres
Kreuzau, 7 de junho de 2015, Alemanha

Um comentário:

  1. Bacana !!! Que familia grande ... Será que pertenço a ela ???
    Forte abraço. Evandro Ayres do Nascimento - eayres2@ig.com.br

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