domingo, 25 de fevereiro de 2018

Histórias do fim do mundo/ Caxambu e as surpresas climáticas



Não seria a primeira nem última vez que Caxambu teria... "neve". Em 1917, aconteceu um desses fenômenos meteorológicos que pegaram os caxambuenses e veranistas de surpresa. Uma chuva de granizo foi despejada sobre a cidade e as ruas ficaram cobertas de gelo. A foto histórica foi feita da perspectiva do antigo Hotel da Empresa, situado hoje onde é o Supermercado Carrossel. Vê-se o Coreto, em primeiro plano, situado na Praça 16 de Setembro, ainda sem as árvores, lá atras, uma pontinha do Hotel Caxambu, e em volta, outras construções do século passado.


Com certeza muitos telhados não sobreviveram, como o telhado da casa de Ruth Villara Viotti, quando, em 1935, caiu temporal semelhante na cidade quebrando tudo: telhados, vidraças... Ela, aos sete anos, viveu momentos de verdadeiro pavor. O acontecimento ficou marcado na cabeça de Ruth até os dias de hoje. Ela estava em casa quando foi solicitada para dar um recado a sua tia Julia Viotti, que trabalhava como diretora do Grupo Padre Correia de Almeida. No céu da cidade armava um daqueles temporais...

A cidade escureceu, ventou, e raios caiam por todo lugar, justamente quando ela se encontrava dentro do grupo. Por sorte! Mas o trauma ficou. Primeiro veio a chuva, depois o estrondo, depois o tiroteio. Parecia uma metralhadora que atingia os tetos das casas e vidraças, espalhando medo. Primeiro começaram as pedras pequenas, depois aumentaram de tamanho. A tempestade durou cerca de uma hora. Ruth menina só queria uma coisa: chegar em casa. Mas qual foi a surpresa ao chegar  e ver o telhado todo quebrado e as janelas sem um vidro inteiro. Uma, das vinte oito frondosas jabuticabeiras, tombou com raiz e tudo, não aguentado os fortes ventos. Havia goteiras por toda a casa, e tudo estava alagado.


As crianças, sem entender, acabavam acreditado que era mesmo o fim do mundo, pois eram sempre contadas histórias da bíblia, de que um dia, o mundo ia acabar. E, se o mundo ia mesmo acabar, era naquele dia. Os familiares não sabiam o que e quem acudir primeiro. Ou salvavam os móveis da chuva, ou consolavam Ruth, que aprontou o maior berreiro. As crianças da fotografia nem estavam aí, e o gelo se tornou objeto de brinquedo. O registro foi feito do ponto de vista da portaria do Parque das Águas  e podemos ver à direita o Hotel Bragança. Provavelmente eram granizos, originados da tempestade que caiu  na cidade, que atingiram o telhado da casa de Ruth Villara Viotti, no ano de 1935.
Fotos: 
Revista Fon-Fon
Fotos Antigas de Caxambu
Memórias de Ruth Vilara Viotti em conversas telefônicas Brasil/Alemanha, em 2017
Revisão:
Paulo Barcala

3 comentários:

  1. Boa noite. Com saude e alegria.
    Minha bisavó é nascida em Itapetininga/São Miguel Arcanjo como está no documento dela o nome dela era Cecilia Nogueira, filha de Eduardo Nogueira de Lima e Carolina Pereira Ayres. Ao pesquisar no Google fui encaminhada para seu blog. Eu já li inteirinho e não achei o nome de nenhum deles e nem da Carolina Pereira Ayres. Será que voce pode me ajudar? Obrigada

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  2. Autor desconhecido. Obrigado pela visita. As pessoas citadas não são descendentes da família Ayres, originada na cidade de Caxambu

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  3. Solange, aqui é a Ruthinha, adoramos a história. Bjos

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